sábado, 31 de março de 2007

Os fantásticos condutores

Ficamos confinados por 3 meses e ninguém ganhou R$1 milhão! Equipe que fez o site mais espiado do Brasil.


Pois é...minha temporada no Projaquistão está perto do fim. Na terça-feira, depois que o Alemão ganhar R$ 1 milhão*, eu serei mais um número nas estatísticas dos jornalistas desempregados. E na lista de coisas das quais vou sentir falta (além do meu salário e do poderoso Soséx ho Refeição) estão os fantásticos motoristas que nos conduziam ao longínquo bairro de Curicica e de volta pra casa. Isso quando eles sabiam o caminho, o que era raríssimo!

Como esquecer do seu Manoel. Bastava aparecermos nas roletas da portaria 3 e vinha ele, com seu sorrisinho maroto, antes mesmo de gritarmos o habitual "seu Manel da padaria!" Discreto como aquela sua vizinha que não sai da janela, Seu Manel não deixava nada escapar. Nossas conversinhas no Dobló, até as mais inocentes, eram devidamente filtradas por seus ouvidos atentos e, é claro, posteriormente reproduzidas por sua língua implacável. Principalmente para o grupo que não participara da conversinha relatada.

Nunca esqueço de um dia em que voltávamos pra casa com Seu Manoel, somente eu e a querida ex-editora Ju no Dobló. No percurso, via Linha Amarela, nosso querido condutor aproveitou que a platéia era reduzida e soltou o verbo. "Fulaninha dá mole pra sincraninho, dá não?" perguntava, respondendo ele mesmo, sem dar espaço para contestações. "Dá sim que eu sei." E assim foi, especulando os possíveis romances entre nossos colegas da equipe. Até que, virando-se pra mim com o peculiar sorrisonho amalandrado (perdoem o neologismo), perguntou:

-E você? Já decidiu se quer o Fábio ou o Genílson? 'Qui' você tava dando mole pros dois 'qui' eu sei!!

Enfim...gastei longos minutos tentando convencer o seu Manoel de que o Fábio é um amigo e o Genílson é outro amigo- que além de tudo tem idade pra ser meu sobrinho- mas saí do Dobló com uma certeza: toda a equipe do site ouviu a história do meu suposto assédio aos dois coleguinhas...

E seu Manel tanto falou, coitado, que acabou demitido. E no lugar dele veio o figuríssima Alexandre. Gente fina (até topou estender o percurso para nos trazer, Fábio e eu, em Nikit), mas tinha um grave defeito. Aliás, dois. Um carro que cheirava a gasolina e tinha um banco traseiro no qual não cabia nem uma criança de 3 anos de idade e uma língua maior do que a do seu Manel. Mas, ao contrário do antecessor, ele não fazia fofocas. Apenas falava muito! Mas muito mesmo! Ininterruptamente! O que inviabilizava qualquer tentativa de cochilo nas viagens de volta do projaquistão.

Nunca esqueço de um domingo em que voltava de um plantão (para o qual tinha chegado às 8h da manhã). Fazia um calor anti-higiêncio e a insuportável Barra da Tijuca estava toda engarrafada, com o povo voltando da praia. Meus olhos fechavam involuntariamente, mas não deu pra rolar a soneca. Quando começava a dormir, ouvia de longe a voz (alta, por sinal) do nosso amigo condutor, que inistia em contar- com riqueza de detalhes- a história de um amigo dele que tinha uma plantação de maconha em Maricá. Mas o episódio insuperável foi o do motorista substituto do Alexandre. Confiram a seguir...

*Antes que me perguntem: não é armação, não sei o resultado, é só um palpite
Chamava-se Edson o substituto do Alexandre. Foi cobrir o turno do nosso condutor falante em um plantão, já que o mesmo encontrava-se cansado e, malandramente, pagou ao amigo para dirigir em seu lugar. Até aí, tudo bem. O que não imáginávamos é que o nosso amigo Edson, além de não saber andar na cidade, conseguia a proeza de falar mais do que o condutor que substituía. Sim! Ele falava muito mais do que o Alexandre.

E não eram meras histórias de amigos cultivadores de maconha em Maricá. O sujeito falava da sua própria vida. Tudo. Biografia completa. No primeiro dia em que me levou, soube em menos de 20 minutos que ele morou na Vila da Penha com a mãe, mas que agora morava sozinho, que não sabia fazer tarefas domésticas porque teve duas empregadas na infância, que a segunda mulher o havia deixado (imagino porquê) e que seu sonho era morar em Vargem Grande, onde 'macaquinhos invadem os quintais'. Não foi privilégio meu ouvir os relatos. Os outros dois amigos que chegaram depois de mim também foram contemplados com a biografia do condutor no trajeto para o projaquistão.

Bem...e se na ida o sujeito já se sentiu íntimo a ponto de me contar a vida em detalhes, imaginem na volta? Por medida de segurança, saquei meu Ipod genérico da bolsa e fingi que estava dormindo, pra ver se o figura se calava. E deu certo! Quer dizer, quase...

Quando chegávamos ao destino final, desliguei o ipod genérico e 'acordei', para mostrar a ele onde iria ficar. Dois minutos. Tempo suficiente pra ele puxar a seguinte conversa:

-Você é vegetariana?
-Não, por que seria? Tenho cara de quem é vegetariana?
-Não. Tô perguntando pelo seguinte: eu adoro um churrasquinho. Não vivo sem uma picanha. E em outubro é meu aniversário, sabe. Parece longe, mas o ano voa, né? Então...tô pensando em fazer um churrasquinho. Regado, hein?! Não gosto de mixaria. Coisa de 1 quilo de carne por pessoa. Pra agradar a gregos e troianos. E ó, não tem essa de asinha de frango não. Faço logo a coxinha que tem mais carne!


Meus Deus! Estaria o motorista (que nunca havia me visto mais gorda) me convidando pro aniversário dele? Mas o que já era ruim ficou ainda pior. Quando me preparava pra descer do carro, ele pergunta:

-Mora aqui em Botafogo?
-Não, Niterói
-E vai pra casa como depois?
-Pego o 996, passa na minha rua
-996? Ah, bom saber! Quando tiver uma festinha lá em Niterói e "a gente for convidado", já sei que ônibus pegar!


Era fato! Ele não só me convidara para o aniversário dele (em outubro) como se auto-convidara para uma futura festinha na minha casa. Devo merecer...

quarta-feira, 28 de março de 2007

'Glamourosa do Expresso'

Aqui no Rio, há dois jornais chamados Expresso e Meia Hora, tablóides vendidos a R$0,50 que usam uma linguagem bem povão e, é óbvio, vendem mais que chuchu na feira. Sou fã! Os títulos são simplesmente hilários. Coleciono e tudo. Dentre algumas pérolas já publicadas, compartilho algumas com vocês, caros 10 leitores:


"Ensinou mais do que devia"(Meia hora)
-Título de matéria sobre uma professora acusada de abusar sexualmente do aluno

"Morte servida de bandeja"(Meia Hora)
-Matéria sobre o assassinato de um garçom

Mas a manchete insuperável é a que foi publicada no dia seguinte à derrota da seleção brasileira na Copa. Do Expresso:
"Brasil pede pra Kaká e sai"

Sensacional!!!!!
Mas não são só os títulos bizarros que me fazem ser leitora assídua do Expresso. Passo mal de rir com uma coluna sensacional chamada 'Glamourousa do Expresso', na qual o jornal apresenta moçoilas, digamos, um tanto voluptosas vestidas em trajes mínimos. E a de ontem foi uma das melhores dos últimos tempos.

A 'modelo' do dia era uma senhorita (na verdade, tinha mais cara de 'senhora') que, certamente, tem todos os atributos para roubar meu posto de musa de caminhoneiro. De biquini vermelho, a referida aparecia de costas, e rostinho (precisavam ver o rostinho) virado para o leitor. O velho truque do dedinho na boca dava um toque de sensualidade. E para fechar o pacote, a sensacional legenda:

"Professora de educação física, Verônica decidiu retomar a carreira de modelo-interrompida por causa dos estudos- e esclheu a sessão "Glamourosa do Expresso" para recomeçar com chave de ouro. Moradora de Paquetá, que ela considera 'um paraíso no Rio de Janeiro', a gata também é uma ilha: cercada de fartura por todos os lados."

Decididamente..."fartura" é o melhor eufemismo que já vi para culote. Vou adotar!

terça-feira, 20 de março de 2007

Fico impressionada com a, digamos, falta de noção de alguns coleguinhas jornalistas. Compartilho com vocês, uma pergunta feita por um nobre colega durante a entrevista coletiva com a Fani do BBB:

-E aí, Fani? O encontro com o vibrador está certo, né?

Acreditem, foi exatamente com essas palavras! Se eu não estivesse lá, também acharia que trata-se de uma piada...

domingo, 18 de março de 2007

Minha mãe quer que eu case

Parece nome de comédia romântica, né? Mas infelizmente, trata-se apenas da nova missão de mamy. Ela quer, desesperadamente, me arranjar um marido. Não importa que eu diga todos os dias, incessantemente, que descolar um cônjuge não é objetivo prioritário na minha vida nesse momento. Nem que muitas das minhas amigas casadas são entediadas e loucas para viverem aventuras de solteira. Nenhum argumento tira da cabeça deturpada de mamy a seguinte teoria: assim como Jesus, só um marido salva.

Acompanhem só o meu drama...
Dia desses, fui acordada de forma nada delicada por mamy, com uma pilha de correspondências nas mãos.

-Olha isso! Tudo conta! Tudo no seu nome! Você não pára de gastar!! Vai ficar no fundo do poço!!, berrava ela nos meus pobres ouvidos.

E a ladainha sobre meu descontrole orçamentário continuou, até eu expulsá-la do quarto, também de maneira nada delicada. Quando finalmente acordo (por conta própria), encontro mamy sentada no sofá. Com cara de muito tensa, fumando um cigarro, ela começa mais uma das sua divagações trágicas sobre o futuro:

-Eu não vou durar muito. Só fico pensando o que vai ser de você com uma criança, sozinha na vida. Você não sabe administrar sua vida, é lerda!

Não bastassem o elogios lisongeiros, ela ainda me vem com (o que acredita ser) a solução para os meus problemas:

-Precisa encontrar um marido! Um homem pra cuidar de você. E não venha com esse papo de mulher moderna, que não precisa de homem. Não precisa é o cacete! Isso é discurso das suas amigas solteironas mal-amadas!

E completou o raciocínio medieval:

-E não me venha com essa que não gosta de ninguém pra casar. Não precisa gostar, é só casar que acostuma. E aproveita enquanto você ainda não fez 30. Daqui a dois anos, já vai estar passada pra arrumar um bom marido. Aí, vai ter que pegar o que aparecer se não quiser morrer solteirona! Será que eu vou morrer sem ter casado minha única filha??

Pelamordedeus. Mamy foi hippie. Fumava quilos de maconha. Fugia de casa para acampar em Cabo Frio. Não casou com meu pai na igreja porque achava careta. Tem duas tatuagens! Mas ainda acha que mulher que a melhor profissão do mundo para uma mulher é ser esposa! Ô, pessoa contraditória...

Show de reggae? Era só o que me faltava...

Na tentiva incansável de me arranjar uma marido, mamy passou a usar a tática da apelação. Percebendo que eu não estou, digamos, tão empenhada quanto ela na tarefa, decidiu procurar, ela mesma, o pretendente. Ontem, durante aquele papinho típico de almoço de sábado, ela me veio com uma de suas brilhantes idéias:

-Estava pensando(já me deu medo)... Você conhece o Luiz, amigo do seu irmão? Rapaz trabalhador, responsável, faz aquele negócio, "ênibiei" (pronúncia dela)...partidão, né não? Família boa...


Para não comprometer a paz do meu almoço em um dos meus raros dias de folga, preferi desconversar:
-Não conheço ele direito, mãe. Me passa o gelo aí!

Não adiantou. Mamy engrenou uma ladainha para promover o tal rapaz. Como sempre, com seu jeito meigo e sutil de se expressar:

-Não conhece porque você não presta atenção em nada. Dá bobeira! O menino vive aqui em casa, é bonitinho. Você é desligada! Por isso que tá aí, encalhada. Vai botar defeito nesse também? Vai dizer que o menino é burro só porque é amigo do seu irmão? Fica aí cheia de exigências e quando escolhe, é só porcaria!!


Definitivamente, a paz do meu almoço já estava comprometida. Mas eu ainda não imaginava o que estava por vir...

O fato é que à noitinha, o meu "pretendente" ligou para o meu irmão oferecendo convites para um show do Natiruts (urgh), mas exigindo uma contrapartida: meu irmão, que tem namorada, levaria uma moçoila para fazer companhia a ele no show. Meu irmão propôs então uma prima da namorada, moça solteira e, digamos assim, disponível. Foi quando ouvi, daqui do meu quartinho, mamy dando um berro lá na sala:

-Por que não chama a sua irmã?

E não é que ele decidiu acatar a idéia? E veio me chamar:

-Bora pro showzinho do Natiruts na Fundição?

Essa minha família, como já disse aqui, é mesmo fantástica. Os dois sabem que eu odeio Natiruts! Aliás, odeio bandinhas de reggae!! E odeio mais ainda freqüentadores de shows de reggae na Fundição Progresso!!! Como ainda conseguem cogitar a possibilidade de eu despencar de casa pra ir prum troço desses???

Diante da minha negativa, meu irmão, também com o jeito sutil e delicado que é peculiar à família, decreta:

-Você vai sim. Só não vai se eu conseguir arranjar outra pessoa pra levar. Não vou deixar o cara na mão. Vai que ele desiste de me dar os ingressos?!

E ligou pro cara dizendo que eu ia. Era fim dos tempos! Minha mãe querendo me aranjar deseperadamente um marido. E meu irmão, querendo de agenciar em troca de ingressos para um show de reggae!!

Por fim, consegui me livrar do "programão". Meu irmão levou a cunhada. Já da ladainha de mamy...

segunda-feira, 12 de março de 2007

A 'enófila'

Adoro cordões coloridos. Pra uma jornalista sem recursos para investir em roupas como eu, os cordões são uma maravilha. Posso até repetir a blusinha básica: basta variar o cordão e ninguém percebe. Enfim...não é sobre meu gosto pelo acessório que quero falar. Mas sobre uma cena que presenciei enquanto escolhia um deles.

Estava eu em um daqueles ateliês meio alternativos de Botafogo olhando uns cordões. Tudo no lugar é caríssimo- apesar do rótulo de "alternativo"- mas...fazer o quê? Eu gosto dos cordões de lá e de vez em quando tenho sorte de achar umas promoções inacreditáveis. Enfim...experimentava um cordãozinho charmosíssimo quando uma cidadã me cutuca: "Eu tenho um desses, mas me dá alergia no pescoço." E completa: "É que tô acostumada a só usar peças de ouro branco, ainda não me habituei à bijouterias."

Fiquei um tanto irritada e com vontade de mandá-la à merda, mas deixei pra lá, afinal, não seria uma surtada incoveniente que me faria perder o controle e estragar a alegria de um momento tão prazeroso para uma mulher: o de uma comprinha básica. Até porque, achei que ela iria logo embora, já que uma pessoa vestida com roupa de ginástica, argolas douradas e sandália plataforma não iria encontrar nada que a agradasse numa loja tão bacaninha.

Mas a sujeita lá ficou. E, enaquanto experimentava praticamente todo o estoque da loja, alugava os ouvidos da pobre vendedora:

-Difícil encontrar uma loja de nível no Rio de Janeiro. Eu não gosto do estilo de se vestir das mulheres daqui. Quando preciso de uma roupa de festa, tenho que pegar a ponte aérea, esnobou a cidadã, do alto de sua sandália plataforma (com cara daquelas compradas na Di Santinni), combinandíssima com a calça de ginática.

E continuou a ladainha:

-A noite dessa cidade também está cada vez mais pobre. Nem se compara a São Paulo. Não tem um restaurante de nível. Eu e meu marido, quando queremos ir a um bom restaurante, apelamos para a ponte aérea.

Então a vendedora, que até então se limitava a me olhar e soltar um daqueles sorrisinhos que não deixam os dentes à mostra, resolveu se manifestar:

-Eu prefiro o Rio, não faço questão de ir à restaurante chique. Prefiro sentar num barzinho e tomar uma cerveja com os amigos depois da praia

Foi então que a tão refinada sujeita, em mais uma tentativa de esnobar a vendedora ( e a mim), me manda a seguinte pérola:

-Ah, querida. Esse é o problema! Eu odeio cerveja. Gosto mesmo é de um bom vinho. Sabe como é, sou uma "enófila"

Enófila? É...imagino o quanto tenha sido difícil para vendedora manter o risinho que não deixa os lábios à mostra depois dessa.

E adivinhem o que ela disse depois de experimentar todo o estoque da loja? "Aceitam cartão? Não? Ih, querida. Esqueci o talão de cheques. Vou em casa buscar e já volto". Detalhe: na porta da loja, havia uma placa enorme, onde estava escrito, em letras também enormes: "Não aceitamos cartões de crédito." O que nos levou (a mim e a vendedora) a crer que a enófila- além de falar errado, ser brega, e ter nariz empinado- era analfabeta ou queria tirar onda, mesmo sem ter um puto no bolso para comprar sequer o meu cordãozinho.

Nesse momento, senti orgulho de dominar a arte de manter o bom senso, mesmo à beira de declarar concordata.

sábado, 10 de março de 2007

Limpando o popô

Gente, antes de contar essa história, preciso que saibam de uma coisa: juro que não tenho preconceito contra gays. Juro! Pelo contrário, tenho amigos gays muito amados. Portanto, não considerem o episódio que vou descrever como uma manifestação homofóbica. A cena que presenciei- e que relatarei para vocês- é bizarra porque...é! Fato. Seria bizarra se fosse protagonizada por uma casal de heteros. Mas, por acaso, rolou entre um casal gay. Bem...

Estava eu no sábado passado com meu amigo Thales na praia, bem ali no Posto 8, em Ipanema. Quem é do Rio, sabe: o Posto 8 é o point oficial da rapaziada alegre. Porém, como eu já havia dito, acho um arraso a rapaziada alegre (apesar de me incomodar o fato de a maioria ser lindíssima e interessantíssima, desfalcando o já escasso time de homens disponíveis nessa cidade). Enfim...estávamos lá, eu e Thales, quando começamos a observar um curioso casal. Um coroa, mó cara de gringo cheio da grana, e um rapazote franzino, com cara daqueles moleques que fazem malabarismo nos sinais.

Mas era um amor sem fim. Era beijo o tempo todo, abraços efusivos...uma coisa linda. Thales até me zoava: "Duvido que alguém já tenha te beijado assim!" De fato...não me lembro mesmo de ter sido contemplada com gestos apaixonados daquela itensidade.

Bem...ocorre que em um determinado momento, com o sol já se pondo, o casal deicide dar um tempo nas beijocas e se arrumar para ir embora. E foi nesse momento que presenciamos, Thales e eu, a inesquecível cena: o gringo, cheio de cuidados com seu menino, resolve limpá-lo para que ele vista a roupa livre da areia.

E começa a bater a toalha no corpitcho do rapaz, que se encontra ajoelhado na canga. Bate daqui, bate dali e...zup! (desculpem a onomatopéia, foi a melhor que achei.) Tira a sunga do rapaz. "Meu Deus, pra quê?" Devem estar perguntando meus 10 leitores. Como assim, gente? Pra limpar o bumbum do amado, é claro. Ou vocês acham que um moço tão cuidadoso iria deixar o love ir embora com o popô assado?

Eu passei mal de rir. E Thales, coitado, ainda não se recuperou do choque.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Telemar agora é 'Oi'! E daí?

Certamente para se livrar da péssima imagem, a Telemar mudou de nome e adotou a alcunha de sua empresa de telefonia móvel, a Oi. Mas se a intenção era apagar o ratro deixado pelo péssimo serviço prestado, deveriam mudar também...o serviço prestado. O que concluí, definitivamente, não ter acontecido, depois do seguinte diálogo que tive com uma das brilhantes atendentes do telemarketing desse maravilhoso grupo espanhol:

(gravação)
-Diga o número do telefone para o qual deseja atendimento
Eu
21-XXXX-XXXX
(gravação)
-Agora, diga os 2 primeiros números do CPF do titular da linha
Eu
082 (bem alto)
(gravação)
Agora, fale o motivo da sua ligação
Eu- Quero saber o valor da entrada de um parcelamento solicitado

E a gravação, brilhantemente, confirma:
-Entendi. Valor de parcelamento. Um minuto e estaremos transferindo sua ligação para um de nossos atendentes

Depois de alguns minutos ao som de uma maldita musiquinha, sou transferida para a tal atendente. Com sotaque nordestino, ela pergunta:
-Oi/Telemar boa tarde, com quem eu falo?
Eu (irritada por achar totalmente desnecessário dizer o meu nome):
-Thatiana
-Qual a sua solicitação, senhora Thatiana?


"Ué? Já não tinha respondido isso para a brilhante gravação?", pensei. Porém, falei de novo:

-Parcelei a minha conta e queria saber o valor da entrada
-Pois não senhora. Me diga os 3 primeiros números do seu CPF
-Como assim??? Acabei de dizer o número para a gravação (que eles chamam de 'atendente virtual')!! Pra que diabos existe essa merda dessa gravação!!!


E a sujeita, com o mesmo tom blasé, apesar do meu chilique, pede (mais) um minutinho. E só volta depois de três:
-Senhora, consta aqui um pedido de parcelamento da sua conta em aberto
-Eu sei, minha filha. Por isso mesmo que eu liguei!


E a cidadã, inacreditavelmente, me manda a seguinte pergunta:
-Senhora, qual o o valor da entrada?
-COMO EU VOU SABER?????????? EU LIGUEI JUSTAMENTE PRA ISSO!!!!! AAAAAAAAAAAAAAA


E tem gente que ainda defende as privatizações...

domingo, 4 de março de 2007

É o rato, Nem!

Sou uma pessoa que adentra a madrugada trabalhando. Nunca saio da labuta antes da meia noite e, como estou labutando temporariamente no famoso Projac (ou Projaquistão, como é chamado carinhosamente por alguns funcionários), nunca chego em casa antes das 2h da madruga, já que o referido templo Global está localizado num dos lugares mais ermos e longínquos do Rio.

Enfim...o fato é que na minha rotina de andar pelas madrugas, acabo protagonizando (e presenciando) cenas inacreditáveis. E a frente do Terminal Norte, lugarzinho onde desembarco em Nikit, é o palco da principal delas. Repleto de barraquinhas onde se vende angu, podrão, churrasquinho de gato e toda a variedade de comidas trash de rua, o lugar é povoado na madruga por umas pessoas que eu, sinceramente, não sei onde se enfiam durante o dia. Deve ser em algum subterrâneo da cidade. Putas com figurino inacreditál, PM´s gordões cheios de pulseira de ouro e, acreditem, até emos têm brotado no pico ultimamente pra encher a cara de Itaipava (R$1,70 gelada numa das barraquinhas).

Ocorre que na semana passada estava eu lá, por volta de 1h da madruga, quando uma senhorita que ali, digamos, ganhava a vida, veio em minha direção. E, com cara de pouquíssimos amigos, começou a gritar:

"-Sai! Sai!", berrava, batendo um dos pés no chão

Desnecessário dizer que fiquei assustadíssima. Estaria a moça achando que eu estava ali para roubar os clientes dela? Não sabia se corria ou se me explicava. Já me preparava para pôr em prática a primeira opção quando a senhorita assim me tranquilizou:

"-Né você não, Nem. É o rato!" , disse ela com voz doce, enquanto apontava para uma ratazana do tamanho de um cachorro poodle que estava do meu ladinho.

Era mesmo pra eu ficar aliviada?

Minha família fantástica- O bilhete de mamy

Mamy viajou no carnaval e levou consigo meu rebento. Uma semana livre de mamy e suas reclamações sobre a vizinha- que "está muito antipática"- sobre a namorada do meu irmão, sobre a bagunça do meu quarto, sobre o efeito da menopausa no alargamento da silhueta dela, enfim...Não fosse o fato de eu ter que ir ao Projaquistão na segunda e na terça, seria uma folia momesca perfeita.

Mas mamy é mesmo uma mulher onipresente. Mesmo longe de nós, faz questão de manter o controle do lar. Vejam trechos de um bilhetinho -escrito em letras garrafais- que ela deixou pregado na geladeira:

-"Não deixar embalagens de pizza, latinhas de cerveja e outros restos de farra(?) sobre a mesa da copa"
-"Não comer comida diretamente na panela. Ferver o feijão. E se deixarem azedar, pelo menos joguem fora."


E o melhor:

-"Não deixar sapatos e sandálias na varanda para que não fique parecendo uma favela"

Espetacular!

Clone Boladão

Podem falar que o funk faz apologia à putaria e à bandidagem, que as letras são medíocres e repletas de erros de gramática, ou que o visual dos funkeiros é de gosto duvidoso. Não importa! Os que me conhecem, sabem: Eu nutro uma profunda admiração pelo estilo. E esse meu lado, digamos, "gramurosa", já me levou a enfrentar aventuras como ir a bailes funk em favelas e a uma incrível "Disputa de Galeras" no (trashíssimo) Clube Tamoio de São Gonçalo.

É também o meu lado "gramurosa" que me faz peregrinar pela web em busca de títulos para ampliar minha já extensa bliblioteca musical funkeira. E foi numa dessas buscas que descobri, no site pesadao.com, uma pérola que faria o professor Pasquale cortar os pulsos. Compartilho com vocês, na íntegra, o "release" do MC Clone Bolado. Notem que, entre outras aberrações linguísticas, o sujeito nunca foi apresentado à cedilha e usa chaves (}) no lugar de parêntese.

"A MINHA CARREIRA DE MC COMESOU DESDE 2000 COM O REP: "ELA TA QUERENDO" ATE HOJE NAO FIZ TANTO SUCESO COM OUTRA CANSÃO COMO ESTA!!! VOU RESP: AS PERGUNTAS + COMUS QUE AS PESSOAS COSTUMAO ME FAZER!!! MINHA ADADE E 25 ANOS.
A ORIGEM DO MEU NOME MC CLONE BOLADO.. O NOME CLONE FOI ESCOLIDO POR CAUSA DA GRADE SEMELHANCA QUE TENHO COM O CANTOR RODRIGUINHO E QUE A NOVELA O CLONE ME FEZ FORTALESER O NOME!!!...EU JA TIVE EM DUAS FORMASÕES: {O CLONE E AS BOLADINHAS} {NIGHT CLONE} E AGORA ATUAL MENTE {MC CLONE BOLADO} SOZINHO... LETRAS: SAO BEM VARIADAS DAS + LIGHT A TE AS + NEUROTICAS TODAS DE MINHA AUTORIA...E O MEU LEMA E PUTARIA: OBS: NÃO LEVANTO BANDEIRA DE NINGUEM..."


Tá certo que ele "não levanta bandeira de ninguém". Mas já que essa criatura fez tanto sucesso com a música "Ela tá querendo", poderia ter contratado um assessor de imprensa, não?