segunda-feira, 28 de maio de 2007

Será que ele é?


Preciso compartilhar com vocês um episódio ocorrido comigo dia desses. Saía do trabalho meio estressada e decidi assistir a um filme sozinha pra desanuviar as paranóias. Fui ao Unibanco Artplex, em Botafogo, um cinema bacana, mas com um probleminha...É frequantado por gente hype. Os malditos muderninhos, sabem?
Enfim...melhor do que o cinema do Bay Market, onde o povo de Gonça comparece com o único intuito de chamar de “gostosaaaaaaaa” todas as atrizes que aparecem em cena.

O fato é que estava eu lá, tomando um café, quando percebo um sujeito me olhando. Estilo muderninho, estudante da Cal. Cachecol no pescoço, boina...Estranhei o fato. Se ele não era da turma de cinema da Uff, não faria sentido me conhecer. Até que a ficha caiu!! Era um ex-quase-namoradinho de estágio, que não via há mais de cinco anos. Éramos explorados juntos em uma agência de publicidade, lá pelos idos de 2001, e tivemos um daqueles romancezinhos de colega de trabalho, uma diliça! Saíamos pra beber de segunda à sexta no Arco dos Teles e ficávamos beijando na boca horas enquanto ele esperava a barca comigo. Tão gentil, o moço. Morava em Anchieta, mas só ia embora depois que eu pegava a barca. Fofo!

Pois é...não percebi na época, mas acho que havia mais fofura no âmago no rapaz do que a demonstrada na estação das barcas. Explico as razões da minha desconfiança:

Quando reconheci o moço, dei um tchauzinho, toda empolgada. Aí ele veio falar comigo. Mas era visível que tava meio sem graça, o dito cujo. Papo vai, papo vem, e mando aquela pergunta básica para os amigos desaparecidos.

“E aí, Fulano? Ta fazendo o que da vida? Ainda trabalhando em agência?”

Eis que o menino menino, depois de um suspiro, comunica, com voz estranhamente mansa:

“Mudei radicalmente!”

E me conta que largou a publicidade pra estudar teatro, está trabalhando na Record e cursando Belas Artes na UFRJ. O diálogo, diga-se de passagem, tinha um espectador: a alguns metros de distância, um rapaz, igualmente adornado com boina e cachecol, nos observava com cara de pouquíssimos amigos. O fato é que meu ex-quase-namoradinho de estágio, sem saber se respondia as minhas perguntas ou se olhava para o tal rapaz, optou por me dizer um “bom te ver, a gente se fala”, apressar a despedida e ir embora, ladeado pelo tal amiguinho que o aguardava ansiosamente.

Cachecol? Voz macia? Curso de teatro e faculdade de Belas Artes?? Gente, desculpem o meu preconceito politicamente incorreto...Mas são muito indícios somados, né não?

Queridos 12 leitores, please!! Ajudem-me a responder a pergunta que ficou no ar...Será???

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mais uma de mamy

Antes que acabe o mês das mães, vou relembrar aqui no Musa mais uma das fantásticas intervenções de sua principal personagem: mamy. Essa é antiga e tem como testemunha minha querida amiga Andréa Machado (que aliás, é testemunha de um sem número de patacoadas de mamy).

Era meu aniversário e decidi receber meia dúzia de amigos mais chegados em casa para comemorar. Um pequeno embróglio, porém, quase fez descer ladeira abaixo o evento. Uma amiga que terminara com o namorado (também amigo) poucos dias antes da festa decidiu aparecer com o novo digníssimo a tiracolo, deixando o preterido ex com aquele famoso semblante de constragimento, popularmente chamado de "cara de cu".

Extremamente constrangedora, mas inegavelmente engraçada, a situação foi um prato cheio para o meu então digníssimo- uma das pessoas mais sacanas que tive o privilégio de conhecer- destilar todo o seu veneno para sacanear o trio: a minha amiga, o atual e o ex. O que não imaginávamos, porém, é que o preterido não tinha, digamos, o mesmo senso de humor do meu ex-digníssimo. E ficou muito, mas muito puto mesmo. Muito diplomático, ele até tentou disfarçar, mas a minha amiga, coitada, percebeu a situação e, dividida, acabou caindo no choro.

Eis que mamy, cheia de disposição para encarnar o papel de conciliadora, resolve sentar-se ao lado da menina para dar uns conselhos. Medo, muito medo! Conhecendo o retrospecto da minha progenitora, fiquei por perto para tentar evitar uma tragédia de maiores proporções. Não adiantou...

Quem conhece a minha mãe, sabe. Os critérios usados por ela para avaliar as pessoas não seguem assim...uma lógica. É comum ouví-la refererir-se aos seus desafetos (ou não) como "aquela gorda", "aquele sem pescoço", "aquele feio", "aquela de cabelo ruim" e expressões pejorativas similares. Concluindo: mamy repara mais nas características físicas do que morais dos indivíduos. E, como aos olhos dela os dois rapazes envolvidos no triângulo amoroso não eram exatamente belos, decidiu dar fim à polêmica e ao dilema da menina (a qual nunca vira antes daquela festa) com o seguinte consolo:

"-Você é uma menina tão bonita, né? Mas já reparei que gosta de rapazes (pausa) não tão bonitos!"

Ai, Mamy...tão agradável, tão discreta...
Felizmente, a moça era quase uma desconhecida. Caso contrário, ela certamente não teria sido tão...discreta!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mais uma da série "Adoro a imprensa marrom". Dia desses, a PM matou um traficante no Complexo do Alemão chamado Márcio Greyck. Valendo-se do fato de o bandido citado ser homônimo de um cantor, o sempre brilhante Meia Hora noticia a morte com um texto repleto de trocadalhos. E tasca o seguinte título:

"Márcio Greyck não pode mais cantar"

Porém, como os meus coleguinhas do Meia Hora estavam mesmo inspirados nesse dia, eles quiseram mais. E de que adianta um título espetacular sem um desfecho à altura? E foi certamente com base nessa teoria que eles assim fecharam a matéria:

"Certamente, os comparsas do bandido devem agora estar pensando no maior sucesso do cantor homônimo: Impossível Acreditar Que Perdi Você"

Como disse o Romário em uma partida de futebol em que atuou como comentarista...sem comentários!

sábado, 12 de maio de 2007

Maldito caldinho de ervilha!

Estou cada vez mais convencida de que o universo conspira contra meu processo de emagrecimento. No fim do ano passado, quando eu estava praticamente deixando de ser alvo de cobiça dos "peão" da Ceg, veio o BBB, que me deixou três meses refém do cardápio do Projac, cujo variadíssimo leque de opções ia do feijão com arroz regados a bicarbonato do bandejão aos sanduichinhos do Bob´s e da Casa do Pão de Queijo.

E agora, quando eu finalmente me animo a recomeçar uma dieta, alguém tem a maravilhosa idéia de montar uma barraquinha linda e fofa de caldinhos...NA MINHA RUA!!! Com direito a mesinhas na calçada, pimenta e cerveja pra acompanhar. Me deparei com a novidade na quarta-feira, quando voltava do trabalho (pois é, gente! Não fiquei desempregada ainda). E não podia haver momento pior para uma tentação deste tipo se colocar no meu caminho. Depois de ter pego chuva, ido de Nova Iguaçu à Central molhada numa van transformada em freezer móvel por um ar condicionado inconveniente e de ter descoberto- ao tentar pagar meu almoço sem sucesso- que haviam clonado meu cartão e detonado meu saldo em compras na Casa & Vídeo enquanto eu vivia momentos de pingüim na van que me trazia da Baixada, imaginem o efeito de uma panela de caldinho de ervilha na minha frente?

Definitivamente...está cada dia mais difícil ficar gostosa!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Botando pra jogo


Galinhagem, nenhuma vontade de assumir relacionamentos sérios...besteira! O principal defeito dos homens da minha geração é a total falta de sutileza. Sou musa de caminhoneiro, mas em determinadas ocasiões, o linguajar "peão de obra", definitivamente, afasta qualquer possibilidade de aproximação.

Vejam a sensacional cantada da qual fui vítima recentemente.

Toda mulher tem um fã. Um daqueles apaixonados incansáveis, que continuam babando por nós mesmo depois de uma sucessão de passa-foras e desculpas esfarrapadas. E como eu não sou exceção, carrego uma cruz dessas em minha vidinha. Por sorte, essas pragas são como um vírus incubado. Se manifestam de vez em quando para depois amargarem um longo período de inércia. Enfim...são uma praga cíclica. E para meu infortúnio, a minha praguinha reapareceu dia desses. E em grande estilo!!

Foi uma manifestação telefônica, menos grave do que uma visitinha surpresa, mas ainda muito desagradável. Principalmente quando acontece às 11h da noite de uma sexta-feira em que você não está pra noitadas e já está, inclusive, paramentada com aquela roupinha mulambenta que só usa para dormir desacompanhada. E se eu não estava preparada para emoções naquela noite, imaginem para ouvir a seguinte proposta:

-E aí? Tô no bar...! Vem pra cá agora! (assim mesmo, sem dar nem boa boite, com voz de bêbado)
-Não dá, tô dura
-Quem falou em dinheiro?
-Tô com sono
-Nisso 'a gente' dá um jeito (assim mesmo, na terceira pessoa, igual a jogador de futebol)


Eu, já sentindo que as desculpas esfarrapas de sempre não iam colar, mandei logo um incisivo "não rola"! Piorei a situação! Ao invés de demover o indivíduo da idéia, encorajei o figura. Porque só mesmo um cidadão com muita coragem- e cara de pau- para fazer uma proposta dessas pra uma mulher:

-Thati, vamos falar diretamente. Você tá namorando?

Medo! Respirei fundo e respondi:
-Não exatamente...mas estou com meus pensamentos ocupados, se é que me entende...
-Não interessa! (elevando o tom de voz). Quero saber se é oficial, namoro mermo!
-Não, disse eu, pra lá de reticente.


Foi a deixa. Era informação suficiente pra ele fazer a indecorosa proposta:
-Ah! Então pára de frescura e vamô botá isso aí pra jogo!

Acreditem! O gentil rapaz me propôs "botar isso aí pra jogo"!(seja lá o que isso signifique literalmente, mas que só pode ser o que eu e vocês estamos pensando). É a reprodução fiel do que ouvi. Não fiz qualquer adaptação para fazer graça. Tão fofo, né? Depois reclamam que não comem ninguém...

Ah, se não fosse a boa educação que mamy e papy de deram...iria dizer o que ele poderia botar pra jogo...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Momento diário

O Musa não é um diário. Muito menos acho que meus leitores estão interessados na minha rotina, que nada tem de extraordinária. Mas o meu sábado foi tão bom que me deu vontade de falar sobre ele aqui. Perdoem, leitores.

O fato é que soube logo pela manhã que um amigo dos tempos da Uff e do jornal O Fluminense, com o qual eu não tenho muito contato, mas que é muito querido, havia sido demitido do jornal em que trabalhava. Fiquei triste, principalmente porque esse amigo fazia aniversário justamente naquele dia. E uma demissão não é um presente dos mais desejáveis...

À noite, porém, acabei tendo uma maravilhosa surpresa. Meu amigo estava muito bem, apesar do chatíssimo episódio. E decidiu comemorar o aniversário no Trapiche Gamboa, um lugar que eu amo! (Pra quem não leu, o Trapiche já foi tema de um post aqui no Musa)

Mas infelizmente, cheguei lá e me deparei com uma plaquinha desagradável indicando "lotação esgoatada" e uma pequena multidão na porta, ainda mais desagradável, usando toda a sorte de argumentos para penetrar (sem trocadilhos, por favor) na festa.

Por sorte, estava bem acompanhada. E como não sou de ficar insistindo par entrar em festa lotada e muito menos de encarar fila que não seja de banco, fomos tomar uma cerveja no pé sujo da esquina, porque a noite estava linda e não sou de perder a viagem. E nem a minha maravilhosa companhia! Eis que por volta da segunda ou terceira cerva, surgem o meu amigo aniversariante e sua digníssima. E pra minha alegria completa, acompanhado de outros dois grandes amigos (também da época de O Flu e também sumidos) e de suas respectivas (na verdade, a respectiva de um deles era a respectiva daquela noite, mas isso não vem ao caso). Ele havia aberto mão do lugar pra fazer companhia aos convidados que ficaram de fora. Que fofo!

E fomos procurar um lugarzinho com roda de samba e cerveja gelada que não tivesse fila na porta, lista de convidados, sambistas de modinha e outras chatices, infelizmente, cada vez mais freqüentes na noite carioca. E põe freqüentes nisso! Rodamos a Lapa toda, passamos por vários bares e estavam TODOS lotados, com filas na porta e repletos de sambistas de modinha. Decepção total! Maior ainda pra mim e para um outro amigo que também mora do outro lado da baía e que, assim como eu, atravessa a ponte nas noites de sábado para fugir dos playsons da província de Araribóia.

Mas como aquele sábado tinha que ter um happy end, um rapaz antenado do grupo sugeriu um lugarzinho maravilhoso. Um verdadeiro achado!! Música boa, cerveja melhor ainda, comidinhas e o melhor...mesas desocupadas, como se estivessem à nossa espera. E lá ficamos...matando as saudades, relembrando os velhos tempos e, é claro, falando muito mal de antigos desafetos ou de quem simplesmente merecia ser alvo dos nossos implacáveis comentários. A vida é mesmo boa às vezes...