sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A patricinha "sequestrada"


Resumo da história relatada pelo taxista que me conduziu hoje do pé do Morro do Estado, onde resido, até Icaraí: Bela mocinha abastada foi à favela em busca de pó branco e sexo com meliantes. Achando que poderia pagar o primeiro usando o segundo como moeda, acabou presa na boca. Ao ligar para o pai para pedir a grana, disse que fora "sequestrada" no asfalto. Resultado: polícia na favela, traficantes furiosos e a mocinha jurada de morte.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Minha família fantástica: Mamy é má


Que mamy gosta de falar mal da vida alheia, todos que já leram esse blog devem saber. Para a minha progenitora, por exemplo, se referir às pessoas pelo nome com o qual elas foram batizadas é tarefa difícil, diria quase impossível. Os seres humanos, quando citados por mamy, são quase sempre "aquele feio", "aquela gorda", "aquela com cara de velha", etc.

O que ainda não mencionei é que a vocação de mamy para espezinhar o seu semelhante é aguçada por um grupo especial de criaturas: os vizinhos. São eles os alvos de seus comentários mais maledicentes, objeto de suas mais complexas teorias socio-antropológicas, enfim... os vizinhos estão para mamy assim como Cabo Frio para os mineiros. Um dos preferidos é o rapazote que mora sozinho no apartamento ao lado. Antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente, recebi dela uma, digamos, descrição crítica do sujeito:

- "Já viu o magrelo que veio morar aqui? Cara esquisito! Parece uma cambachirra! E é cheio de marca de pereba nas costas".

E antes que eu pudesse digerir o fato de mamy ter perdido minutos do seu dia analisando a anatomia dorsal do novo vizinho, ela me chega com outra informação importantíssima sobre o pobre:

- "É corno! A mulher dele não para em casa. Sai cedinho e só volta de madrugada, isso quando volta. Nessa semana ela dormiu fora 3 dias!"

E como, Senhor Jesus, mamy tinha acesso a todas essas informações sobre a rotina da esposa do vizinho?

- "Eu reparo, ué! Você é que é lerda, não vê nada!"



Quando o magrel..., digo, o vizinho enfim se divorciou ("era corno, não disse?"), mamy adotou como passatempo observar as conquistas amorosas do rapaz. E, pasmem: chegou a insinuar que eu poderia vir a me tornar uma delas.

- "Ele até que arruma umas meninas bonitinhas, como pode? Acho que tem tanto veado no mundo que as mulheres tão aceitando qualquer coisa. Aí, Thatiana! Quem sabe ele é um bom partido?"

Ok. Felizmente, o amigo "cambachirra" ficou de lado quando mamy arranjou um passatempo muito mais interessante: mudou-se para cá uma família composta por um ex-bandido, uma moça destaque de escola de samba e uma mocinha modelo em início de carreira, filha do curioso casal. A família e a casa -sempre frequentada por dezenas de gays puxa-sacos da musa da Sapucaí - são para ela um deleite, uma fonte inesgotável de fuxico e teorias maldosas. A primeira é a de que o traseiro da mãe (enorme, reconheço), é fruto de cirurgia plástica.

- "Já viu? Aquilo não pode ser natural, ninguém tem uma bunda daquele tamanho!"

Mas a segunda, que ela deve ter levado mais tempo pra elaborar, é sem dúvida a mais fantástica. Segundo mamy, a curvilínea vizinha é, na verdade, um travesti. E o marido (pobre homem) "come todos aqueles veados que frequentam a casa deles".

Pois é, leitores. Eu quando eu achava que a maldade de mamy com os vizinhos já tinha atingido sua pontuação mais alta na escala de vilania, me deparo com a seguinte cena ainda há pouco: Na ponta dos pés e sorrateira, mamy observava algo pela janela da sala. Volta e meia, soltava um sorrisinho maligno. Ao perceber minha presença, me chamou:

- "Vem ver, vem ver! Ó lá o hippie! Doidão!"

E lá estava um novo vizinho, um estudante de História barbudo, se escorando nas paredes da escadaria. Completamente bêbado, ele não conseguira passar do terceiro degrau.






quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Musa (também) dos taxistas


A pessoa chega em casa de madrugada e descobre que esqueceu a chave. Comovido com o desespero da mesma, o taxista que a conduzira se oferece gentilmente para solucionar o problema. Apesar da silhueta arredondada, que teoricamente restringiria seus movimentos, mostra-se habilidoso: pula o portão, arromba a porta e nem aceita a gorjeta que a pessoa, grata por não dormir na calçada, oferece.

A humanidade tem salvação!