quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cantada de pagodeiro


Conhecem aquela lei de Murphy que diz "Nada é tão ruim que não possa piorar"? Pois ela decididamente rege a minha vida. Principalmente no quesito magnetismo para atrair homem cafona. Depois do fofo que pediu as chaves do meu coração e do rapazote que quis saber se papai era mecânico porque eu era uma "graxinha", achei que já tinha visto de um tudo nessa vida "a nível de" tosquice. Lêdo engano...

Estávamos- eu e amigas da faculdade- usufruindo das futilidades de um encontro mulherzinha no apartamento de uma delas quando notamos que um grupo de espécimes machos do imóvel em frente nos observava. O ápice do voyerismo dos rapazes ocorreu durante nossa performance em uma partida de box no Nintendo Wii. Aquele bando de mulher gritando e dando socos desordenados deve ter mexido com a libido dos referidos, que começaram a se acotovelar na janela para melhor xeretar.

Inebriadas pela alegria do encontro e por alguma quantidade de kiwi diluído em vodka absolut, resolvemos, digamos, dar condição para os pobres. Não pretendíamos ultrapasar o limite do flerte, é verdade. Mas confesso que estava engraçado... Até um dos espécimes jogar água no nosso chopp, ou melhor, no drink de kiwi. Sem camisa e com o pescoço adornado por um cordão dourado, ele se projetou na janela e gesticulou sugerindo que eu fizesse o mesmo. "Ah... o que custa ouvir o que o cidadão tem a me dizer?", pensei. Eis que sou presenteada com a seguinte abordagem:

"Desce aí, pô. Tô carente de você..."

Não seria verso para um belo pagodinho?


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Explanando o divórcio


Gente... tudo bem que o bom senso não é algo inerente aos seres apaixonados. Mas um moço conhecido meu (não vou citar o nome, espero que não seja leitor do "Musa") ultrapassou todos os limites toleráveis de perdição de linha. Provavelmente chutado pela esposa, o referido rapaz decidiu, digamos, compartilhar o drama (e o motivo) com os amigos no orkut. E, além de usar o espaço dedicado ao nome para se rebatizar de "DEUS ABENÇOE O MEU CASAMENTO", estampou no perfil, em letras maiúsculas:

"JÁ VI CASAMENTO ACABAR POR TRAIÇÃO. MAS PORQUE O MARIDO ESTÁ DESEMPREGADO E SEM DINHEIRO É MUITA HUMILHAÇÃO"

A explanação continua na página de fotos do moço, que criou um álbum dedicado especialmente à memória da ex. Mas no lugar de fotos da digníssima, print screens de depoimentos que a amada lhe deixara. Destaque para o título do álbum: "Palavras honestas... ou não".

Seria menos constrangedor tomar um porre e providenciar uma noite de sexo fortuito com uma moça do tipo desapegada, não?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Seca e protesto no Maraca


O Maracanã, definitivamente, não é mais aquele. Depois que a CBF proibiu a venda de cervejas no estádio, temos que nos contentar em matar a sede pagando 3 real num refrigerante pra não sucumbir à humilhação de consumir uma kronembier, aquela maldita cerveja sem álcool.

E como nada é tão ruim que não possa piorar - conforme reza a lei de Murphy - também privaram a nós, frequentadores assíduos do Maraca, da cervejinha na entrada do estádio, aquela essencial para entrar no clima do jogo. Graças ao tal choque de ordem do Eduardo Paes, nosso maravilhoso prefeito eleito, os amigos camelôs sumiram das redondezas. Foi desolador o que vi ontem no Fluminense X Vasco. Eu ali, sob um calor senegalês, esperando um amigo no Belini... e nem um latão de skol para aplacar a sensação de estar inserida num forno a lenha.

De repente, um lampejo de esperança. Um ambulante de uma estirpe mais malandra teve a feliz ideia de circular o estádio a bordo de uma bicicletinha, ofertando o precioso líquido para sedentos tricolores e vascaínos ali presentes. Sorrateiramente, o trabalhador autônomo aproveitava-se da ausência de fiscalização em alguns trechos e fazia um rápido pit stop para negociar sua mercadoria, que se esgotava antes que PMs e torcedores mais distraídos atentassem para tão abençoada presença.

Foi em um dos pit stops que eu, depois de quase me estapear com um vascaíno mal-educado e desembolsar 4 real, consegui adquirir uma latinha de antarctica quente. A única da noite, que terminou com o meu time eliminado em jogo de nível técnico similar a um Solteiros x Casados no Aterro do Flamengo. Mas tive um momento de diversão (além de mandar o Leandro Amaral tomar no cu): ver o protesto solitário de um tricolor revoltado, que esbravejava contra o prefeito eleito no intervalo:

- Eduardo Paes, quero cervejaaaa!! Filho da puta!! Choque de ordem é o caralho!!, gritava o combativo torcedor, que direcionava o ódio também para os colegas de arquibancada:

- Votaram nele, né? Votaram no Eduardo Paes! Bem feito!!! Tão vendo aí? Todo mundo com sede!! Se tivessem votado no Gabeira, tariam comprando até um baseadinho no Maracanã!