quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Buzina de kombi

Como musa de caminhoneiro aclamada pela classe, não podia deixar de ser fã das frases de pára-choque. Infelizmente, porém, na metrópole em que vivo quase não circulam caminhões. Mas os amigos caminhoneiros encontraram representantes à altura na cidade: o motoristas de van. "Crasse" em crescimento nos centros urbanos, os topiqueiros transportam gente, e não cargas, mas têm em comum com os cálega caminhoneiros um estilo, digamos, cheio de peculiaridades.

Descendo do ônibus dia desses, naquele "harmonioso" ponto que fica em frente ao shopping Downtown, quase tive uma síncope ao ouvir a buzina de uma van da linha Barra-Taquara-Rio das Pedras (pra quem não é do Rio, uma espécie de favela da Portelinha da vida real). Ao invés do tradicional bi-bi, a gravação de uma voz paracida com a do personagem Pitbicha, aquele do Tom cavalcante, proferindo a seguinte frase:

"Cabelo duro é igual a bandido: ou tá armado, ou tá preso"

Sensacional, nem!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mó Lazer: as novinha e o sushiman camelô

Fiquei devendo na semana passada, mas as imperdíveis dicas de lazer populares da Musa voltam hoje em grande estilo. Aí vão:

1- Emoções da Rocinha

Sexta chuvosa, meio do mês (todo mundo duro)...acalme-se! Não precisa ficar em casa vendo Antônia. Com apenas 5 real, você curte hoje, a partir das 23 horas, um sensacional baile no Emoções da Rocinha. Casa tradicionalíssima, o Emoções traz hoje um atração especialíssima: MC FL. Não sabe quem é? Como assim??? O cara é nada mais nada menos que o autor do hit "As novinha tão bem sentando", uma canção cheia de lirismo do aclamado estilo funk sensual. Programinha com custo máximo de 20 real, leitores: R$5 da entrada (só cavalheiros, damas é grátis), R$2 do mototáxi (a passaigi até lá você paga no seu Riocard), e o resto de Itaipava, cuja latinha será comercializada por apenas 1 real. De grátis, aquela vista linda de São Conrado. Muito lazer!!

2- Sushi no ambulante no Largo do Machado

Eu odeio comida japonesa. Aquele peixe cru me provoca ojeriza e, além de tudo, acho que aquilo não mata a fome. Sou muito mais um mocotózinho. Porém, como tem (mau) gosto pra tudo e a maioria dos meus amigos adora as coloridas iguarias nipônicas, vou deixar aqui pra eles uma dica de sushi e sashimi mó lazer! Pra quem quer se chique e comer "um japonês", mas também é jornalista e não tem dinheiro nem saldo no VR pra frequentar os restaurantes caríssimos especializados no menu oriental.

Imaginem, leitores, que um japa autêntico radicado no Rio de Janeiro (autêntico mesmo, o cara mal fala português) teve a brilhante idéia de vender o peixinho cru e aquele arroz emboladinho com peixe cru...na calçada. Isso mesmo! Um camelô de comida japonesa. O japa botou um isoporzinho com a comida, outro com bebidinhas, umas cadeirinhas...é só chegar e saborear. E o que é melhor: apenas 6 real o potinho, com uma porção generosa da estranha, porém badalada, comidinha. Tem dos dois: mezzo sushi, mezzo sashimi. Não entendo muito da coisa, mas fui olhar de curiosidade e achei bem confiável. Quer encarar? Fica ali no Largo do Machado, do lado do Bob´s. Tem até palitinho. Uma uva!

Mais dicas na semana que vem!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Adoro a imprensa marrom

Em débito com a Musa, acabei esquecendo de postar aqui uma manchete da série "Eu amo a imprensa Marrom"

Dia seguinte ao final da novela Paraíso Tropical, passo em frente a uma banca de jornais e paro pra espiar as capas dos periódicos (como tudo que é pobre tem mania de fazer) e ver como noticiaram o fato mais importante do dia: quem, afinal, matou Taís. Cheguei em cólicas pra ver a abordagem do Expresso e do Meia Hora mas, para minha surpresa, quem mandou a melhor foi o popular, mas com um quê de classe média, Extra

"Perto de Olavo, Capitão Nascimento é pinto"

Se o insuperável Meia Hora não tivesse publicado a pérola "Polícia dá uma de sutiã apertado e prende Rose Peitão", o Extra ganharia o troféu Musa de melhor manchete trash do mês. Mas fica aí uma menção honrosa...

domingo, 7 de outubro de 2007

Almoço com fãs

Embora eu seja uma blogueira afamada internacionalmente, a vida de celebridade, definitivamente, não me atrai. Mas o que seria do Musa se não fossem os seus milhares de leitores-fãs? E foi para retribuir esse carinho que eu topei sair da clausura para receber quatro deles em um agradável almoço. O encontro foi resultado de uma promoção do jornal Baixo Baixada e aconteceu na churrascaria Montana Grill (aquela do Xitãozinho e Xororó), na Barra da Tijuca.

Distribuí autógrafos, posei para fotos e respondi à muitas perguntas dos rapazes, que mal contiveram a emoção. Acham que é caô? Então dêem uma olhada no registro do almoço que Carlinhos, um dos meus admiradores mais ardorosos, fez em seu blog. Tô sinistra, rapá!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Mó Lazer: fim-de-semana de shortinhos e caipirinhas

Sorry, leitores. Mas depois de uma primeira semana de trabalho novo assoberbada de tarefas e ainda tendo que pegar o ritmo da coisa, não tive tempo de fazer uma apuração como se deve pra estréia da Mó Lazer. No entanto, para evitar um segundo adiamento e o conseqüente descrédito dos meus 13 leitores, aí vão algumas dicas para o fim de semana. Como prometido, só coisa fina, nem!

1- Cerveja mais barata que no camelô

Não tem jeito. Por mais que se tente variar às vezes, todos os caminhos acabam te levando à Lapa. Mas bobo de quem vai ao bairro da boemia pra entrar no Carioca da Gema, Rio Scenarium, Teatro Odisséia e outras casas chiquezinhas. Além de morrer em 20 pratas só de entrada e ainda desenbolsar "4 real" numa long neck, você ainda vai se deparar com uma penca de gringos tentando toscamente sambar. Impensável pra quem lê a "Mó Lazer"! Saibam vocês, caros leitores, que a autora deste blog descobriu um boteco (boteco mesmo, não é o Botequim Informal) que comercializa skol gelada pelo menor preço da Lapa. No lugar, que fica um pouquinho antes da Pizzaria Guanabara, "dois latão é 4". Isso mesmo, mais barato que no camelô. Ah! Antes que me acusem de ter esquecido de dizer o nome do estabelecimento, esclareço: o lugar não tem nome. Se tiver, deve ser só no alvará da prefeitura. Mas é molinho de achar! Pouquinho antes da Guanabara. Descubra e beba sem moderação.

2- Caipirinha bombada na barraquinha

Ainda está na Lapa, mas não muito a fim de beber cerveja? Siga até aquela choperia da Fundição, o Parada da Lapa. Porém, como leitor da Mó Lazer não freqüenta lugares burgueses, nem pense em pôr os pés no Parada da Lapa. A dica é experimentar uma caipirinha bombada da barraquinha que fica em frente ao estabelecimento. Pela módica quantia de "3 real", você compra um copão de caipirinha -muito bem feita, diga-se de passagem- e ainda ganha um "chorinho" que nada mais é que outro copo pequeno, cheio da maravilhosa bebida feita de cachaça e limão. Ou seja: Com apenas 6 real, você bebe três caipirinhas (dois chorinhos equivalem a uma inteira) e fica no clima da noite sem decretar falência, leitor. Dá até pra fazer uma extravagância e entrar no Odisséia, já que a long neck de 4 real, definitivamente, não se fará mais necessária.

3- Baile do shortinho estiloso

A melhor dica de hoje foi sugerida pelo meu querido amigo e colega de profissão Rodrigo Rozendo(vulgo Batatinha). É o Baile do Shortinho Estiloso que, como sugere o nome, vai premiar a moçoila que lá comparecer trajando o shortinho mais...estiloso! O evento rola amanhã, na Quadra da Ladeira dos Guararapes, em Laranjeiras, onde, por acaso, mora o Rozendo. Leitora, vista seu shortinho e corra pra lá! Leitor, não perca a oportunidade de contemplar as gatas de shortinhos estilosos, aposto que só vai ter filé! Damas grátis e cavalheiros 5 real a noite toda!

Mais dicas na próxima sexta!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Musa, quem diria, foi parar na Barra

Pois é, leitores. Prometo uma coluna fixa, recebo sugestões, apelos ansiosos e...não posto a "Mó lazer" na data combinada. Imagino que devam estar só aguardando as dicas da Musa para elaborarem a programação do fim de semana, mas não se desesperem. Não será necessário recorrer à Rio Show. Amanhã, antes do entardecer, elas estarão aqui!

Ocorreu, estimados leitores, que a Musa -vejam a ironia- sucumbiu a um programa burguês. Como estou trabalhando na Barra da Tijuca, fui tomar um chopp com amigos do trabalho no detestável bairro, reduto da elite da dominante, dos jogadores de futebol, dos novos ricos, dos figurantes de "Malhação". E, como devem saber, não há estabelecimentos modestos na Barra da Tijuca, fomos tomar nosso chopp no Botequim Informal, que de informal só tem mesmo o nome com que o batizaram. Ou alguém acredita que um lugar informal venda uma porção com 6 pasteizinhos(zinhos) por 10 real??

Enfim...não percam a estréia da "Mó Lazer". E passem longe da Barra da Tijuca!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Seção fixa no Musa: "Mó lazer"


Boates caras, casas de show tão dispendiosas quanto, barzinhos da moda...nada disso! Musa de Caminhoneiro que se preze se diverte mesmo em programas populares, no meio da plebe. Até porque, como sabem, sou uma musa-jornalista-classe-média com bocas para sustentar. E nada melhor do que programinhas que caibam em meu parco orçamento para tirar uma onda sem correr o risco de decretar falência antes do dia de receber a merreca mensal.

E olhem que, modéstia à parte, sou uma espetacular garimpeira de eventos voltados para as classes, digamos, menos abastadas. É um talento nato isso, leitores. Pensam que qualquer um tem moral pra receber convites vip para festinhas na periferia? Pois saibam que nesse quesito, nem a Regina Casé supera a Musa aqui. Por isso decidi, queridos leitores, compartilhar com vocês esse meu peculiar fascínio pelo universo povão (e do universo povão por mim) dando, aqui no Musa, as dicas de lazer que você não vai encontrar no caderno Rio Show e nem na Revista Programa. É a coluna "Mó lazer".

É chegado num mocotozinho e quer saber onde encontrar os melhores (e mais baratos) da cidade? Musa te dirá! Curte um funk? A autora do blog, essa que voz fala, dará o roteiro do pancadão! Portanto você, leitor da elite dominante, deixe os preconceitos burgueses de lado. A "Mó Lazer" será postada toda sexta-feira. Acompanhe o Musa, anote as dicas e permita-se curtir um programinha fora do eixo Lapa-Zona Sul. Uma uva!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ócio nada produtivo

Estou em uma semana de transição: pedi demissão do meu emprego e irei para uma outra empresa. Como só começo no novo trabalho na próxima quarta-feira e já deixei o antigo, ficarei uns diazinhos em casa. Que maravilha...quase dez dias de ócio para fazer coisas altamente produtivas como atualizar o Musa, ler revistas da TV de jornais de domingo antigos, dormir depois do almoço e ver capítulos perdidos de Paraíso Tropical na internet. Seria uma temporada de felicidade plena não fosse ela...Mamy, cada vez mais empenhada na missão de me levar a cometer um ato insano.

Nunca vi coisa igual. Minha presença em casa num dia de semana representa pra mamy a aquisição de um boy. Vou na rua fazer favores pra ela, no mínimo, três vezes por dia. O que é totalmente sem propósito se vocês considerarem que, em uma só saída, eu poderia comprar o cigarro, a carne do jantar, o pão e "uma caixinha de sabão em pó pra aproveitar a promoção". Mas não! A memória de mamy, assim como o seu bom-senso, não é confiável. Vou buscar o João na escola? É certo como chuva em dia de finados que ela vai me pedir pra comprar "uma coisinha" quando eu ponho os pés em casa, embora tenha me visto sair e passado meia hora reclamando da vizinha comigo no portão, enquanto eu tentava (em vão) me despedir.

Aliás, as reclamações de mamy são outra razão do meu suplício. Tô lendo meu Rubem Fonseca, deitadinha na cama, ouvindo um blues pra não desconcentrar, quando ela invade meu quarto (mamy não entra, invade) e dá fim ao meu raro momento de paz com suas lamúrias. A vizinha que não quer podar a árvore ("aquela velha escrota"), a minha cunhada que não arruma o quarto depois dos momentos "a sós" com meu irmão ("não sou camareira de motel"), eu ("só sabe comer e ficar no computador")...Todos são alvos de sua língua ferina!

E vocês pensam que as lamúrias de mamy se resumem a frases curtas, como as reproduzidas aqui?? Não, leitores. Mamy não fala, faz discurso. Ela não comenta, analisa. Ela acaba com o meu dom de conseguir ouvir as pessoas sem escutar...fueda!

Hoje mesmo. Tava pegando um solzinho na varanda mesmo, pra tirar o tom bege desbotado da cara, quando ela chega. E já entrando de sola!

- Até que enfim você saiu da frente daquele troço (mamy só chama o meu computador de troço). Por que não aproveita e vai dar uma caminhada na praia pra emagrecer? (ela também não passa um dia sequer sem me lembrar do meu sobrepeso)

Fico calada. E torcendo para que minhas mini-férias acabem logo. Definitivamente, o sujeito que inventou a máxima "o trabalho enobrece o homem" deve ter sido casado com uma antepassada de mamy.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A anatomia do Extra

Não sou bióloga, médica ou fisioterapeuta. Não entendo patavinas de expressões médicas ou nomes de doenças. Porém, me lembro vagamente de ter aprendido nas aulinhas de biologia da escola o que era "anatomia". Por isso mesmo, levei um susto quando li, dias atrás, esta nota no site do jornal Extra:

MC Marcinho vai se submeter a uma nova cirurgia. O funkeiro, que sofreu um acidente de carro no Ano passado, se interna na terça-feira, no Hospital Quinta D'or, para corrigir uma anatomia no pé. Depois da operação, ele continua fazendo fisioterapia e pode deixar a cadeira de rodas.

"Putz", pensei. "Tô precisando ampliar meu vocabulário! Anatomia também é nome de uma enfermidade que acomete pés acidentados e eu não sabia"?? Mas pelo visto, não sou só eu que desconheço o significado da palavra no contexto acima. Cismada, consultei o dicionário Priberan e lá estava:

Anatomia
do Lat. anatomia < Gr. anatomé, incisão, dissecação
s. f.,
ciência que trata da descrição e estrutura dos organismos animais ou vegetais; arte de dissecar;
fig.,
exame meticuloso.


Alívio! Não foi o meu vocabulário que encolheu. É só o cérebro do coleguinha, autor da nota, que precisa de uma anatomia. Urgente!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Aniversário do Musa


Gente...eu, embora blogueira de sucesso, sou mesmo muito desligada, dispersa e tonta. Não é que só hoje fui reparar que o Musa de Caminhoneiro, esse verdadeiro fenômeno virtual, sucesso absoluto de público e crítica, completa seu primeiro ano de existência? Pois é, leitores...Uma primavera. Quem não acredita, pode conferir na listinha à esquerda, referente ao histórico de posts. Tá lá: agosto de 2006, primeiro mês da lista.

O Musa foi resultado de um gesto impulsivo meu (aliás, como são quase todos os meus gestos). Cheguei em casa um dia meio irritada e tive vontade de compartilhar aquela irritação com alguns amigos e conhecidos e, de quebra, rir um pouco de mim mesma e da situação. O que não esperava na época é que ficaria tão famosa! Na verdade, a ficha ainda não caiu. Outro dia, quando fui abordada na rua por um fã que declarou ser leitor assíduo do Musa (e apaixonado pela autora), confesso que fiquei deveras constrangida. Afinal, minha modéstia me impede de encarar com naturalidade manifestações tão exacerbadas de admiração. Tanto que evito revelar minha verdadeira identidade e até suprimi informações pessoais do meu perfil.

Porém, para minha surpresa, abro hoje minha caixa de emails e me deparo com uma série de mensagens em homenagem ao Musa. Todas de fãs com certo prestígio! No entanto, foram tão generosos que me permitiram reproduzir para vocês, caros leitores, suas declarações. Aí estão algumas:

O Musa de Caminhoneiro é uma das poucas coisas que me atrai na internet ultimamente. Intrigante, divertido e atual, o Musa é uma prova de que há vida inteligente no universo blogueiro. Parabéns, Musa!
Luiz Fernando Veríssimo

Parabéns pelo primeiro aniversário do blog. Aproveitando a oportunidade...Quer casar comigo? Se acha que estou indo muito depressa, tudo bem. Ficaria feliz se aceitasse um convite pra jantar. Beijos
Wagner Moura


Alegrias, as desmedidas. Dores, as não curtidas. Orgasmos, os múltiplos. Domicílios, os temporários. Blog, o Musa de Caminhoneiro.
Bertold Brecht (psicografado por Lucius)

E você, leitor anônimo? Sua homenagem também é importante pra mim. O que mais te agradou nestes 12 meses de Musa? O que não agradou? Deixe a sua mensagem de parabéns
para o blog e a autora, muito agradecida (e envaidecida) retribuirá com um post especial sobre as homenagens.

E viva o Musa!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Se eu perder esse 100...


Como meus leitores sabem, sou uma Musa jornalista classe média, mal-remunerada e com bocas para sustentar, o que me obriga a incorporar hábitos de classe D à minha rotina, como encarar o transporte coletivo para me locomover. Desnecessário dizer que jornalista mal-remunerada e com bocas para sustentar não pode ter carro, tampouco andar de táxi. Porém, jamais deixo de dar minha saidelas com medo de encarar um coletivo. Se há lugar em que um ônibus chegue, lá estarei eu!

Uso muito o Charitas-Gávea (nine nine six), a van Charitas-Ipanema e o Santa Rosa-Vila Isabel (703) para chegar aos meus destinos. Mas o meu preferido, sem dúvida, é o POP Niterói-Praça XV, o 100. Exemplo raro de eficiência e pontualidade no universo do transporte coletivo urbano, o querido hundred está sempre à disposição "dos passagêro". Tô saindo da Lapa às 3h da madruga e preciso voltar pra Nikit? É só me dirigir ao Mergulhão da Praça XV e lá estará um 100 me esperando. Tão certo quanto a ressaca do dia seguinte! Perdi aquele? Basta esperar 15 minutinhos para que outro 100 estacione, em ponto de bala, pra me conduzir de volta ao aconchego do lar. E rápido! No trânsito livre da madruga, o hundred leva exatos 20 minutos para chegar ao outro lado da baía. E por módicos R$2,50!!

Todavia, como alegria de pobre ou dura pouco ou é incompleta, o usuário do Niterói-Praça XV enfrenta lá seus percalços. E o pior deles, sem dúvida, é atravessar a Ponte embalado pela Rádio Nativa FM, "o amor do Rio". Preferida por 8 entre 10 motoristas de ônibus (o restante ouve a FM O Dia), a Nativa FM toca coisas que vão de Wanessa Camargo a Calypso, de Bruno e Marrone a Sandy e Junior e, é claro, o tema romântico do casal de protagonistas da novela.

Mas o filé da programação eles deixam mesmo para a madruga. Uma seleção criteriosíssima! Meu passeio Praça XV-Niterói no fim de noite já teve como fundo musical canções de Biafra, Agepê, Benito de Paula, Kátia (a cega) e Jane Duboc. Só clássicos! Quando tenho sorte, ainda embarco a tempo de pegar a "tradução da noite", aquela atração clássica que consiste na tradução quase simultânea da letra de uma canção romântica internacional por um locutor de voz empostada. Espetacular! Principalmente quando viajo levemente embriagada, o que ocorre em 100% dos casos.

E como pobre tem mesmo que pagar de alguma forma quando a esmola é muita, os condutores do 100 não só ouvem a rádio Nativa FM- o amor do Rio- como ouvem alto, muito alto. A ponto de eu nunca conseguir ouvir meu ipobre no ônibus, uma vez que a música que sai do fone é sempre abafada pelo "som ambiente" do coletivo.

Dia desses fui pra Lapa tomar uma cerveja, esquecer o pescoção do jornal e cumprir outras missões. Saltitante, queria chegar logo e, é claro, me dirigi ao ponto do 100. Como sempre, o meu coletivo preferido estava lotado. Afinal, um meio de transporte tão eficiente não poderia deixar de ser o mais procurado. Por isso mesmo, o 100 carrega todo tipo de gente à noite. De peão de estaleiro aos roots com camisetas de Bob Marley, que vão pro shows de reggae na Fundição. Tem também as patricinhas pobres de Gonça, com seus cabelos emplastrados de creme, os marinheiros que embarcam na Ponte e os neo-pobres quase comuns como eu, que simplesmente não têm carona ou grana pro táxi. Outro espécime social encontrado é a quarentona solteira (e à perigo), que sai toda paramentada para ir a um forró muito trash que rola nas insalubres imediações na Rodoviária Novo Rio. E foi uma dessas, uma gordinha deveras assanhada (que embora mal conseguisse passar pela roleta vestia uma blusinha de malha justíssima e uma saia mais justa ainda), que travou o seguinte diálogo com o cobrador:

- Aí, Nem! Passa na Rodoviária?
- Passa, sim. Vai lá no forrozim?
- Claro, meu filho. É hoje que eu vou dançar muito. E beijar muuuuuuito!
- Ih, então você vai gostar. Aquilo lá é o paraíso.


E a gordinha concluiu, toda faceira e rebolativa:
- Não quero encontrar o paraíso, não. Quero é o inferno!!

Que experiência antropológica interessante é viajar de 100...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Malditas caixas de supermercado!

Quem tem o privilégio de me conhecer, sabe o quanto sou uma musa boazinha, fofa (em ambos os sentidos) e tolerante. Todavia, quando algo ou alguém consegue a proeza de me tirar do sério, sou pior que o Fernandinho Beira-Mar. Como diz mamy, "dou ataque". Se tivesse tendências homicidas (ou andasse armada), já teria matado gente por aí. E entre as minhas vítimas, certamente estariam as caixas do Texas House, um estabelecimento meio açougue, meio supermercado localizado no meu bairro.

O fato é que as moças, além de incompetentes, são burras (muito burras), lentas e muito, muito mal-educadas. Bom dia, boa tarde e boa noite são expressões inexistentes no vocabulário das mesmas. O que seria até tolerável, se as piranhas não nos atendessem com uma cara emburrada ("cara de cu", como dizia papai) de acabar com o possível bom-humor de qualquer um. Sorriso na cara, só quando olham pros cornos da "cálega" ao lado pra combinar o programinha da noite ou pra falar mal de alguma outra "cálega" que não se encontra presente.

- E aí, katyanny. Vai lá hoje mermo? Duvido! Ruim de Róbso deixá, hein?
- Ruim nada, minha filha. Cansei de dar confiança pra hómi. Já falei pra ele que hoje é dia de sair cas minhas cálega. Ele não foi pro Castelo sozinho cos cálega dele? Então?


E o idiota do cliente, que pegou uma fila da porra pra comprar a carne mais barata do lugar (pobre tem mesmo que se fuder), fica ali plantado, esperando a boa vontade das piranhas em registrem o produto, anunciarem o valor e receberem pela compra. Enfim, fazerem o trabalho para o qual elas são pagas. E que certamente, não é o de ficar de conversa fiada na hora de atender o incauto cliente que, como eu, ajuda a pagar o salário das miseráveis.

E quem acha que eu tô pegando pesado ao me referir às "trabalhadoras" como piranhas, dê uma passadinha no Texas House. De preferência à noite, num horário próximo ao fim do expediente. Aposto meu dedo mindinho esquerdo e uma garrafa de wisque como você passará por situações como a que eu acabei de passar, há poucos dias, com uma delas. Tô eu quietinha em casa, meio irritada, quando mamy me manda ir lá comprar pão pras crianças (sim, crianças. um priminho pentelho estava aqui, o que contribuía mais para a minha irritação). Acabei indo por puro interesse, já que precisava dos serviços de babá de mamy para dar uma saidela naquela noite. Maldita hora! Além de encarar fila pra comprar a porcaria do pão, ainda peguei uma caixa das piores da espécie.

Com a cara coberta por uma maquiagem medonha (deve ser aquela maybelline, que vende na farmácia), a sujeita "atendia" um senhor que estava na minha frente. Além de não olhar na cara do pobre, passava suas mercadorias com a velocidade de uma lesma, enquanto papeava com a cálega à sua esquerda:

- Vou vazar já já. Tô de saco cheio disso aqui já. Inda tenho que dar meu passeio.

E o pobre do senhor? Que culpa tinha se ela estava de "saco cheio"? Que interesse teria no "passeio" da vagabunda? Chega a minha vez. Ela também não olha na minha cara e emenda outro papo apropriadíssimo para o momento:

- Kélen, que horas isso aqui fecha no reveillon? Quero ver a queima de fogos em Copacabana, vou logo avisando. Não passo das 7h aqui!

"Pulta quil pariu!! Estamos em agosto e a filha da mãe já pensa em matar trabalho no último dia do ano!!! Num fode!! Vai ser preguiçosa assim na casa do caraio!!", pensava eu que, a esta altura, já mal me continha de tão irritada!! Mas ainda me continha. Até notar que a cidadã- obviamente por estar com a cabeça no reveillon, no passeio, no macho que tem estômago pra comê-la ou em qualquer outra coisa que não fosse o trabalho- passou o meu pão duas vezes na registradora. E queria me cobrar o preço dobrado.

- Deu R$ 1,80, senhora
- Não. Você passou duas vezes.
- Passei não, senhora. R$ 1,80, por favor.
- PASSOU SIM!! SE PARAR O PAPO COM A SUA AMIGA E OLHAR PRO CAIXA, VAI VER QUE ESTÁ REGISTRADO ALI: QUANTIDADE: 2! DÁ PRA VOCÊ FAZER O SEU TRABALHO DIREITO PORQUE EU ESTOU COM PRESSA??? (aos berros)

Pensam que ela ficou constragida com meu chilique? Não, caros leitores. O meu carma é sempre pesado. E as caixas do Texas House não conhecem limites. Ao invés de pedir desculpas, a desgraçada espera eu pagar e virar as costas pra mandar a seguinte:

- Tá nervosa, hein?

Pensei em voltar. Mandar tomar no cu? Chamar o gerente? Como naquele momento não conseguiria fazer outra coisa que não fosse voar no pescoço dela, fui embora. Mas confesso que estou arrependida até agora!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Profissãozinha de m...

Diálogo entre os personagens Fernanda e Mateus na Novela Paraíso Tropical, capítulo de ontem:

Mateus:
- Eu quero fazer faculdade de jornalismo. Mas não quero ser repórter investigativo feito o meu avô não. Quero escrever sobre música
Fernanda:
- Ih ó...dizem que jornalista só vive duro...

A cena municiou mamy, que não pôde deixar de comentar: "Viu?! Depois você diz que é implicância minha. Até o Gilberto Braga chama jornalista de duro!

Foda foi ter que dar razão. E ainda dizem que novelas não retratam a realidade...

sábado, 4 de agosto de 2007

Filosofia suburbana

Adesivo que vi hoje, no vidro de um Monza velho, lá em Madureira:

"Deus vê tudo + não é X-9"

Caso contrário, seria o todo-poderoso levado para um microondas lá na favela da Grota?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Coisas do jornalismo...

Acreditem: recebemos, dia desses, o seguinte aviso de pauta na redação:

NOTA DE FALECIMENTO: Tieta, uma das mascotes do Instituto Vital Brazil morreu no início da semana, durante a madrugada, quando foi "abraçada" fortemente pela amiga Rafaela, com quem dividia a casa. A sucuri de dois anos e dois metros de comprimento não resistiu aos mais de 90 quilos e cinco metros da Rafaela.

Um adendo: a "nota de falecimento" estava no pé de um release sobre o sistema de aquecimento do serpentário do Instituto Vital Brasil cujo título era..."Aquecendo Cobras"!!!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Eles se acham!

Homem é mesmo uma raça involuída. Se eu não apreciace tanto o espécime para determinados fins, garanto que os extraditava da minha vida. Todos, com exceção do meu pequeno JP!!

Vindo pra casa hoje, mal-humoradíssima depois de ter que trabalhar gripada, numa segunda-feira com temperatura siberiana para padrões do rio de janeiro, me deparo com um ex-affair num boteco da minha rua. Um espécime do tipo "pavão", que dispensei depois de umas cinco ou seis saídas por um motivo simples: o figura se achava a última coca-cola gelada do deserto.

Antes de eu contar o que ele me aprontou no fatídico encontro de hoje, vou dar um breve curriculo do referido. É um moçoilo bonito, do tipo que atrai atenções, entendem? Pois é...O problema é que ele sabe disso. É única razão que encontro para explicar por que um cidadão se acha no direito de me ligar às 2h da manhã de uma sexta-feira e, sem dar sequer um boa noite, executar a seguinte ordem:
- Vem pra cá agora! Tô te esperando. Mas é pra vir rápido!!

Como assim, cara-pálida? Tudo bem que ele era até gostosinho e tal...Mas pra me tirar da minha caminha- ou de qualquer lugar em que eu esteja numa madruga de sexta-feira- é preciso muito poder de persuasão.

Mas a sutileza do rapaz não se restringia aos convites para encontros. Ele também foi um tanto imperativo quando tivemos, digamos, um momento de maior aproximação. Pra não explanar detalhes- já que, embora não pareça, sou uma moça tímida- posso revelar que o maior gesto de carinho com a minha pessoa que o dito cujo teve foi algo do tipo: "Agora vira aí que é a sua vez!"

Isso sem contar que o idiota fazia questão de contar na minha frente causos que davam a entender que ele saía com outras mulheres, além de ter me apresentado para a mãe dele da seguinte forma: "Aí, mãe! Mais uma que tá caidinha pelo seu XXX (o nome dele no aumentativo)"

Enfim...O fato é que eu sou uma musa muito tolerante mas, definitivamente, homem que se acha acaba com todo e qualquer interesse. Por mais lindo e gostoso que seja. E como não poderia deixar de ser, enchi o saco! E como também não poderia deixar de ser, ele ficou igual a um vira-lata abandonado atrás de mim depois disso. Até chegar ao ponto de correr- literalmente, dar um pique- atrás de mim num dia em que recusei uma cerveja que ele me ofereceu e deixei o cidadão com o copo (e outra coisa) na mão no mesmo boteco da minha rua em que nos esbarramos hoje.

E como todo homem, além de palhaço, é burro, o galãzinho não aprendeu a lição. Passo hoje em frente ao bar rumo à minha casinha- gripada, mal-humorada e com frio, como já sabem- quando o dito cujo me chama. Não ia, mas ele insistiu:
- Tá mó nariz empinado, hein? Chega aí!

Fui. Ah...Se arrependimento matasse. Ele estava acompanhado de um amigo que, pelo sotaque, não é daqui. Fudeu!! Uma platéia nova! Era tudo que o palhaço queria para apresentar um novo número. E lá foi ele:

- Aí, fulano. Essa aqui é a rainha do Big Brother (querendo dizer pro cara que tinha pego alguém importante, como se eu fosse importante pelo fato de ter sido mera redatora do site do realyt show)
- Sô rainha de nada não! Era uma mera redat...

Tentei minimizar, mas ele me interrompeu:
- Que nada, fulano. Jornalista fodaça. E já foi muito minha essa aí. Já passei muito por aí!! Agora que não quer mais saber de mim!!

Como assim??? Muito minha??? Cinco ou seis saidas com apenas um momento de, digamos, maior proximidade??? Num fode!!! Tive que mostrar que a banda não toca bem assim:
- Não quero mesmo. Eu gosto de homens decentes.

Enquanto o amigo gargalhava, ele tentava amenizar o passa-fora mudando de assunto:
- Fez o que no fim-de-semana?
- Fui pra Bucowsky
- Conheço não...é boate?
- Não exatamente. É meio bar também. Toca rock.
- Ih...mudou de ares agora, é? Tá chique?


E virando-se para o tal amigo, manda essa:
- Na minha época, ela só ia pra sambinha pé-sujo!

"Minha época"?? Puta quil pariu! Não merecia ouvir isso numa segunda-feira glacial, gripada e de mau-humor. E como quem fala o que quer, ouve o que não quer, fui obrigada a deixar de lado a boa educação que mamy e papai me deram e mostrar, definitivamente, que a banda não toca bem assim:
- Tomar no cu, garoto. Nunca houve a "sua época". Se situa!

E saí sem dizer tchau, deixando ele lá sem saber onde enfiar a cara de tacho diante do amigo, que se acabava de rir da mesma!

Como diz minha amiga Andréa...A culpa é do piru!

sábado, 28 de julho de 2007

Ex-BBB vira repórter

Íris Stefanelli está oficialmente contratada pela RedeTV!

A superintendente da RedeTV!, Mônica Pimentel, acaba de confimar, através de sua assessoria, que Irislene Stefanelli foi contratada pela emissora. A ex-BBB será repórter do programa de variedades "TV Fama". Segundo fontes da coluna, Íris vai ganhar R$ 50 mil por mês, R$ 20 mil referentes a seu salário e R$ 30 mil de merchandising.


Caraio!!!! Eu estudei pra cacete, vou pra rua todos os dias com o meu bloquinho na mão pra apurar matérias, trabalho 12 horas nas sextas de pescoção e teria que trabalhar quase cinco anos pra ganhar o que essa vagabunda ganha por mês!! Eu tinha orgulho de ser repórter. Agora, virei colega de profissão de Iris Stefanelli...

Definitivamente...Inteligente é o caralho!! O negócio é ser gostosa! Vou é investir numa lipo, mandar um maga hair loiro, botar silicone e ficar gostosa. O retorno é garantido.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Musa censurado

Gente, não sei todos notaram, mas o Musa passou 24 horas fora do ar. O motivo? Os fantásticos e competentes administradores do blogger- pelo que entendi, malditos robôs- simplesmente concluíram que o meu inocente blog- que não faz apologia às drogas, não tem putaria (pelo menos, não explicita), enfim...Não faz mal a ninguém- seria um temido BLOG DE SPAM.

Percebi que havia algo errado quando fui postar e dei de cara com aquela insuportável ferramenta de "verificação de palavras", que te obriga a digitar letrinhas quase incompreensíveis para validar a ação. Quando cliquei no tópico de ajuda para saber o porquê de tal penitência, deparei-me com a seguinte mensagem:

Seu blog requer verificação de palavras. Os robôs de prevenção contra spam do Blogger detectaram que seu blog possui características de um blog de spams. (O que é um blog de spams?) Uma vez que você está lendo esta seção, seu blog provavelmente não é um blog de spams. A detecção automática de spams é inerentemente confusa. Pedimos desculpas por este falso sinal positivo. Recebemos sua solicitação de desbloqueio em 24 de Julho de 2007. Em nome dos robôs, desculpamo-nos por bloquear seu blog, que não é de spams. Aguarde enquanto analisamos seu blog e verificamos se ele não é um blog de spams. Saiba mais sobre como o Blogger está lutando contra os blogs de spams

Bem, pensei, já que eles "estão verificando", amanhã vai estar tudo ok e ficarei livre da maldita verificação de letrinhas. Porém, para minha surpresa (e revolta, muita revolta), o Musa estava simplemesmente BLOQUEADO. Saiu do ar, o bichinho. Foi praticamente abduzido. Teriam sido os filhos da puta dos robôs??

Depois de uns 15 emails para a central de ajuda do blogger, um filho de uma égua me manda um email- em inglês- comunicando que depois da tal verificação, eles haviam brilhantemente concluido que o Musa, tadinho, era mesmo um blog de Spam.

Como assim???? Se eles mesmos disseram que "A detecção automática de spams é inerentemente confusa.?????? Se os próprios pediram desculpas em nome dos malditos robôs??? Que ódio!!!

Bem...depois de mais 15 emails sem resposta, mandei o derradeiro com o seguinte conteúdo: "Spam de cu é rola. Quero o meu blog de volta!"

Deve ter funcionado. Coincidência ou não, recebi, 10 minutos depois, a seguinte reposta:

Obrigado pelo seu email. Verificamos o seu blog e o problema parece estar
resolvido. Por favor contacte-nos caso o problema persista.
Atenciosamente,
A Equipe do Blogger


E taí o Musa novamente na ativa!!!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ah, se o Niemeyer soubesse...

Diálogo que tive com um taxista dia desses:

- A senhora mora aqui ou veio visitar alguém?
- Moro aqui mesmo...
- Tá sabendo que vai ter um show de graça aqui em Niterói? Do Jorge Aragão!
- É? Legal...Vai ser na praia?
- Não! Lá naquele lugar novo, do tal do César Maia!
- César Maia??? Onde tem espaço do César Maia aqui em Niterói?????
- Ali, menina. Do lado do terminal de ônibus, aquele lugar novo que tem um teatro todo modernoso...


Só então entendi! Ele se referia ao CAMINHO NIEMEYER!! Niemeyer...Meyer...Maia...Bingo!!! César Maia!!! Entenderam a lógica do raciocínio do amigo taxista??

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quer experimentar, amô?

O vocabulário popular é mesmo de um dinamismo de impressionar. Expressões e gírias criadas sabe-se lá por quem são disseminadas com rapidez inacreditável. Calma, gente! Não pretendo propôr aqui no Musa uma análise sobre linguística. Virei uma balzaca séria, mas nem tanto. Falo isso para relatar em primeira mão para os meus fiéis leitores uma descoberta vocabular que, acredito euzinha, seja ainda desconhecida por vocês, pessoas cultas, polidas e frequentadoras de lugares distintos.

Já eu- que além de ter virado amiga dos mototaxistas da minha rua e de ter dado aulas em Nova Iguaçu- sou presença certa nas 'barraca' do Morro do Palácio e em outros espaços do povão, acabei virando expert em gírias e expressões do segmento. E fonte para os meus amigos polidos. Outro dia, por exemplo, tive a honra de esclarecer para uma amiguinha do jornal em que trabalho que a expressão "largar o dedo" não tinha conotação sexual, como ela pensara.

Mas vamos a tal descoberta. Dia desses, pesquisando casacos baratinhos numa loja dos arredores do Saara, fui chamada de "amô" pela vendedora.
- Quer experimetar o pretinho, amô?- perguntou-me a moçoila.
Apesar do espanto, pensei tratar-se apenas de uma funcionária dedicada que, no seu desejo de garantir a comissão, fazia de um tudo pra agradar a freguesa. Até que paro pra comer um pastel e tomar um caldo de cana num pé sujo vizinho à loja e ouço do rapazinho que me atendeu:
-O de queijo acabou, amô!

Peraí!! Até onde eu sei, atendentes de lanchonete do Saara não dependem de comissão. E o que era desconfiança virou constatação quando, dias depois, passando em frente a uma loja de modelitos estilo Viviane Araújo, no Centro de Niterói, recebo um convite da vendedora:
-Pode chegar, amô!

É fato! O famigerado "nem" (ele mesmo, o vocativo que serve para os dois gêneros, o usado pela moçoila de vida alegre para me avisar da presença ameaçadora de uma ratazana) acaba de ganhar uma variável!! O também fofíssimo "amô"!

Aguardem! Em breve, vocês estarão ouvindo coisas do tipo "Partiu Belo na Via Show, amô?"

Como é terno e carinhoso o povo carioca...

terça-feira, 10 de julho de 2007

O pipoco do Nike

Mais uma da série "Manchetes sensacionais da imprensa marrom". Essa foi veiculada hoje na capa do Meia Hora:

Nike do Engenho da Rainha leva pipoco no Alemão e vaza do hospital

Entendeu não? Traduzo para os mais polidos:

Nike, pseudônimo de um traficante do bairro carioca do Engenho da Rainha, levou um tiro no Complexo do Alemão e fugiu do hospital para onde fora levado

Aplausos para o Meia Hora! Mais sucinto, impossível!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Enfim, os 30...

É, gente...Hoje entrei no Musa tendo que mudar um dado no meu perfil. Ontem fiz aninhos e o prefixo pré teve que ser retirado da palavrinha balzaca. Não teve jeito! Como disse a minha amiga Renata, "trintei"! Mas até que não foi tão traumático assim como eu pensara. As rugas ainda não começaram a aparecer e até ouvi diversos comentários do tipo "Nossa! 30 anos? Nem parece...". Por isso decidi não mentir a idade. Melhor ouvir um "nem parece" ao falar a verdade do que diminuir três ou quatro aninhos na conta e ouvir aquele "han tá..." que, na verdade, esconde um "caraio, parece mais".

Enfim...o fato é que apesar de ter deixado definitivamente de ser uma mocinha, estou feliz. A feijoadinha que fiz para comemorar mais um ano nesse mundo foi sucesso absoluto de público e crítica e recebi dezenas de recadinhos simpáticos dos meus amigos no orkut, o que faz um bem enorme para a alma e para o ego.

E viva os 30!!
E por falar em felicitações no orkut, selecionei algumas bem curiosas que recebi para compartilhar com meus 12 leitores. Aí vão:

Linda princesa de meus sonhos mais eróticos.
te peço desculpas pela minha ausência,trabalhei em um evento aqui na baixada.
mesmo assim,parabéns! tudo de bom..bujões

Esse fez eu me sentir uma "atriz" do casting da Brasileirinhas...

Parabéns pra você, gostosona!
Bom pro ego, né? Principalmente por tratar-se do meu aniversário de 30 anos e por eu estar me sentindo, devido a um ganhozinho de peso, ainda mais musa de caminhoneiro do que nunca...

Parabéns Thati!
Muitas felicidades e vida longa ao Musa, ou à Musa. hehehe
Beijos

Viram só? O Musa, assim como a minha feijoada, é um sucesso de público e crítica! Só preciso encontrar um jeito de ganhar dinheiro com ele...

aê, meus parabéns, muitas felicidades, saúde, paz e sucesso, ok?
Felicitações em playboyzês!

Feliz aniversário!!!!!!!!!!!!! Que vc continue sendo a marrenta mais legal que eu conheço. Bjks
Comentário de um ex-chefe. Devo considerar o "marrenta" um adjetivo elogioso?

Mulekinho, não deu pra ir, mas de coração te desejo muitas felicidades e que você conquiste tudo que deseja, mesmo que não tenha sido no prazo que vc estipulou (30 anos) rsss. Já começou a pintar os cabelos?!?!?!?! auhauhauahuahuahau
Mulekinho era meu apelido na escola. Mas garanto que me tornei uma balzaca feminina e comportadinha!

pow thati maior vacilação...........
ninguem me chamou pra ir pra sua festa..................
eu todo arrumado pra ir......
e não tinha ninguem........................
eu perdi a chance de ver vc embriagada............rsrsrsrs.......

Um aluno meu. Não sabia que os moleques tinham interesse em ver a tia bêbada...

(...)Mas os 30 anos são maravilhosos e as melhores mulheres tem esta idade. Para você ter uma idéia, aos 26 anos tive namoradas com 30, 31, 32, por aí. Aos 28, namorei uma de 38, uma delícia. Portanto não se preocupe. Você é bonita e gostosa, mesmo mais arredondada (quem gosta de osso é cachorro, mesmo assim como alimento) e, com certeza, dos 25 aos 52, choverão namorados na sua horta e você desfrutará deles a seu bel prazer e todos lhe chamarão "linda, minha gatona gostosa e etc...". Desejo muita alegria para você !! Beijão !!!
Desfrutarei de vários homens que me chamarão de "minha gostosona"? Se ele tá dizendo, eu acredito! Tinha que ter um ônus pra suportar o peso de estar ficando passada...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Desventuras, o retorno

Capítulo de hoje: o vegetariano

Meus leitores mais antigos devem lembrar, mas comecei a escrever uma série aqui no Musa sobre as minhas desventuras amorosas, que acabou não sendo concluída. Até porque, o número de insucessos no campo amoroso é tanto que acho que o blog ficaria pequeno para abrigá-los. Enfim...

O fato é que estava lendo o Homem é Tudo Palhaço, excelente blog de quatro coleguinhas jornalistas que relata, como o nome sugere, palhaçadas dos nossos amigos do sexo masculino quando me veio na memória uma palhaçada de um rapaz com quem tive um envolvimento tempos atrás. Aliás, vieram na memória muitas palhaçadas, uma vez que o gene da vacilação está no DNA de todos os moçoilos que cruzam o meu caminho. Mas enfim...Decidi me ater a história que vou contar a seguir. Pelo grau de bizarrice, verão porque merece ser priorizada na hierarquia das palhaçadas.

O moçoilo, à primeira vista, parecia um príncipe! Mas não resistiu a um olhar mais atento e se revelou um sapo mais cedo do que eu esperava. Pra dizer a verdade, acho que a culpa foi até minha, porque eu tenho um tendência a ser, digamos, otimista demais. Vejo que o cidadão é mala ou pela saco e dou crédito assim mesmo, por achar que o ser humano sempre é passível de salvação. Tolinha, eu! Quase 30 na cara e ainda não aprendi...

Bem, vamos ao causo. O personagem em questão, como sabem, parecia um príncipe. Era inteligente (embora gostasse de Diogo Mainardi), gentil, e esteticamente interessante. Por isso ignorei os primeiros sinais de potencial pela-saquice como o fato de o bonitão não beber (nada, nem aquele golinho do brinde), não comer carne e não gostar de samba. Enfim...Ninguém é perfeito, pensei eu.

O problema, porém, é que com o passar do tempo fui constatando que não era só a carne bovina que o meu príncipe dispensava. Tenho motivos fortes para afirmar: o rapaz também não me parece muito chegado à carne humana. E entre estes indícios, um dado estatístico inquestionável: nos quatro meses em que durou o romance, só tivemos um, digamos assim, momento de intimidade uma única vez! Isso mesmo. Umazinha só! Falta de oportunidade, devem estar pensando alguns leitores. Você dificultava pro rapaz, imaginarão outros. Mas está longe disso. Eu sou uma musa decidida e sem pudores para tomar inciativas.



E foi com essa falta de pudores e a cabeça povoada de pensamentos pecaminosos que eu escolhi um vestidinho azul com um decote sugestivo para sair com ele num sábado. Lua cheia no céu, a família viajando e a casa só pra mim...Tudo propício, né? Seria, se o bonitão não tivesse feito o favor de colocar todos o meu planos por água abaixo.

E ao contrário do que diz aquele ditado racista, o cidadão não fez a merda só na saída não. Já estreou bem, me pegando às 6h da noite (???) e me levando para um romântico...RODÍZIO DE MASSAS!!!! Puta que pariu! Nada contra massas (minha silhueta de musa de caminhoneiro, aliás, deve-se em parte a elas). Mas vocês hão de convir que se empaturrar de canelone não é muito aconselhável antes certas atividades, se é que me entendem. Além disso, que clima romântico resiste a um lugar barulhento, cheio de crianças brincando de esconde-esconde sob as mesas, sob a trilha sonora de "parábens pra você", cantados em versões engraçadinhas a cada cinco minutos naquelas mesas de aniversariantes lotadas? Pois é...

Mas quando eu estou in love, quase nada me abala. Abstraí tudo e, é claro, comi pra cacete. Mas nem o fato de ter ficado com a barriga cheia a ponto de mal conseguir respirar impediu que eu fosse embora dali cheia de amor pra dar...Porém, a recíproca não era verdadeira. Leitores, creiam: o bonitão foi me deixar em casa (onde eu estava sozinha, vale lembrar) às 11h da noite e se despediu no carro mesmo. Nem os meus nada discretos convites para uma subidinha o seduziram. Disse que tinha que acordar cedo para meditar ou algo assim, numa tal grupo filosófico lá do qual ele era adepto. E o pior: não era desculpa esfarrapada, uma vez que o moçoilo me ligou quando chegou em casa e engatou uma conversa de meia hora! Ou seja: não foi comer outra!

Olha...eu acho até que se fosse esse o caso, eu perdoaria. Mas me deixar lá, toda solícita, pra ir se concentrar para uma meditação ou algo parecido é demais, né não? Será que meu vestido azul não agradou??

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Será que ele é?


Preciso compartilhar com vocês um episódio ocorrido comigo dia desses. Saía do trabalho meio estressada e decidi assistir a um filme sozinha pra desanuviar as paranóias. Fui ao Unibanco Artplex, em Botafogo, um cinema bacana, mas com um probleminha...É frequantado por gente hype. Os malditos muderninhos, sabem?
Enfim...melhor do que o cinema do Bay Market, onde o povo de Gonça comparece com o único intuito de chamar de “gostosaaaaaaaa” todas as atrizes que aparecem em cena.

O fato é que estava eu lá, tomando um café, quando percebo um sujeito me olhando. Estilo muderninho, estudante da Cal. Cachecol no pescoço, boina...Estranhei o fato. Se ele não era da turma de cinema da Uff, não faria sentido me conhecer. Até que a ficha caiu!! Era um ex-quase-namoradinho de estágio, que não via há mais de cinco anos. Éramos explorados juntos em uma agência de publicidade, lá pelos idos de 2001, e tivemos um daqueles romancezinhos de colega de trabalho, uma diliça! Saíamos pra beber de segunda à sexta no Arco dos Teles e ficávamos beijando na boca horas enquanto ele esperava a barca comigo. Tão gentil, o moço. Morava em Anchieta, mas só ia embora depois que eu pegava a barca. Fofo!

Pois é...não percebi na época, mas acho que havia mais fofura no âmago no rapaz do que a demonstrada na estação das barcas. Explico as razões da minha desconfiança:

Quando reconheci o moço, dei um tchauzinho, toda empolgada. Aí ele veio falar comigo. Mas era visível que tava meio sem graça, o dito cujo. Papo vai, papo vem, e mando aquela pergunta básica para os amigos desaparecidos.

“E aí, Fulano? Ta fazendo o que da vida? Ainda trabalhando em agência?”

Eis que o menino menino, depois de um suspiro, comunica, com voz estranhamente mansa:

“Mudei radicalmente!”

E me conta que largou a publicidade pra estudar teatro, está trabalhando na Record e cursando Belas Artes na UFRJ. O diálogo, diga-se de passagem, tinha um espectador: a alguns metros de distância, um rapaz, igualmente adornado com boina e cachecol, nos observava com cara de pouquíssimos amigos. O fato é que meu ex-quase-namoradinho de estágio, sem saber se respondia as minhas perguntas ou se olhava para o tal rapaz, optou por me dizer um “bom te ver, a gente se fala”, apressar a despedida e ir embora, ladeado pelo tal amiguinho que o aguardava ansiosamente.

Cachecol? Voz macia? Curso de teatro e faculdade de Belas Artes?? Gente, desculpem o meu preconceito politicamente incorreto...Mas são muito indícios somados, né não?

Queridos 12 leitores, please!! Ajudem-me a responder a pergunta que ficou no ar...Será???

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mais uma de mamy

Antes que acabe o mês das mães, vou relembrar aqui no Musa mais uma das fantásticas intervenções de sua principal personagem: mamy. Essa é antiga e tem como testemunha minha querida amiga Andréa Machado (que aliás, é testemunha de um sem número de patacoadas de mamy).

Era meu aniversário e decidi receber meia dúzia de amigos mais chegados em casa para comemorar. Um pequeno embróglio, porém, quase fez descer ladeira abaixo o evento. Uma amiga que terminara com o namorado (também amigo) poucos dias antes da festa decidiu aparecer com o novo digníssimo a tiracolo, deixando o preterido ex com aquele famoso semblante de constragimento, popularmente chamado de "cara de cu".

Extremamente constrangedora, mas inegavelmente engraçada, a situação foi um prato cheio para o meu então digníssimo- uma das pessoas mais sacanas que tive o privilégio de conhecer- destilar todo o seu veneno para sacanear o trio: a minha amiga, o atual e o ex. O que não imaginávamos, porém, é que o preterido não tinha, digamos, o mesmo senso de humor do meu ex-digníssimo. E ficou muito, mas muito puto mesmo. Muito diplomático, ele até tentou disfarçar, mas a minha amiga, coitada, percebeu a situação e, dividida, acabou caindo no choro.

Eis que mamy, cheia de disposição para encarnar o papel de conciliadora, resolve sentar-se ao lado da menina para dar uns conselhos. Medo, muito medo! Conhecendo o retrospecto da minha progenitora, fiquei por perto para tentar evitar uma tragédia de maiores proporções. Não adiantou...

Quem conhece a minha mãe, sabe. Os critérios usados por ela para avaliar as pessoas não seguem assim...uma lógica. É comum ouví-la refererir-se aos seus desafetos (ou não) como "aquela gorda", "aquele sem pescoço", "aquele feio", "aquela de cabelo ruim" e expressões pejorativas similares. Concluindo: mamy repara mais nas características físicas do que morais dos indivíduos. E, como aos olhos dela os dois rapazes envolvidos no triângulo amoroso não eram exatamente belos, decidiu dar fim à polêmica e ao dilema da menina (a qual nunca vira antes daquela festa) com o seguinte consolo:

"-Você é uma menina tão bonita, né? Mas já reparei que gosta de rapazes (pausa) não tão bonitos!"

Ai, Mamy...tão agradável, tão discreta...
Felizmente, a moça era quase uma desconhecida. Caso contrário, ela certamente não teria sido tão...discreta!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mais uma da série "Adoro a imprensa marrom". Dia desses, a PM matou um traficante no Complexo do Alemão chamado Márcio Greyck. Valendo-se do fato de o bandido citado ser homônimo de um cantor, o sempre brilhante Meia Hora noticia a morte com um texto repleto de trocadalhos. E tasca o seguinte título:

"Márcio Greyck não pode mais cantar"

Porém, como os meus coleguinhas do Meia Hora estavam mesmo inspirados nesse dia, eles quiseram mais. E de que adianta um título espetacular sem um desfecho à altura? E foi certamente com base nessa teoria que eles assim fecharam a matéria:

"Certamente, os comparsas do bandido devem agora estar pensando no maior sucesso do cantor homônimo: Impossível Acreditar Que Perdi Você"

Como disse o Romário em uma partida de futebol em que atuou como comentarista...sem comentários!

sábado, 12 de maio de 2007

Maldito caldinho de ervilha!

Estou cada vez mais convencida de que o universo conspira contra meu processo de emagrecimento. No fim do ano passado, quando eu estava praticamente deixando de ser alvo de cobiça dos "peão" da Ceg, veio o BBB, que me deixou três meses refém do cardápio do Projac, cujo variadíssimo leque de opções ia do feijão com arroz regados a bicarbonato do bandejão aos sanduichinhos do Bob´s e da Casa do Pão de Queijo.

E agora, quando eu finalmente me animo a recomeçar uma dieta, alguém tem a maravilhosa idéia de montar uma barraquinha linda e fofa de caldinhos...NA MINHA RUA!!! Com direito a mesinhas na calçada, pimenta e cerveja pra acompanhar. Me deparei com a novidade na quarta-feira, quando voltava do trabalho (pois é, gente! Não fiquei desempregada ainda). E não podia haver momento pior para uma tentação deste tipo se colocar no meu caminho. Depois de ter pego chuva, ido de Nova Iguaçu à Central molhada numa van transformada em freezer móvel por um ar condicionado inconveniente e de ter descoberto- ao tentar pagar meu almoço sem sucesso- que haviam clonado meu cartão e detonado meu saldo em compras na Casa & Vídeo enquanto eu vivia momentos de pingüim na van que me trazia da Baixada, imaginem o efeito de uma panela de caldinho de ervilha na minha frente?

Definitivamente...está cada dia mais difícil ficar gostosa!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Botando pra jogo


Galinhagem, nenhuma vontade de assumir relacionamentos sérios...besteira! O principal defeito dos homens da minha geração é a total falta de sutileza. Sou musa de caminhoneiro, mas em determinadas ocasiões, o linguajar "peão de obra", definitivamente, afasta qualquer possibilidade de aproximação.

Vejam a sensacional cantada da qual fui vítima recentemente.

Toda mulher tem um fã. Um daqueles apaixonados incansáveis, que continuam babando por nós mesmo depois de uma sucessão de passa-foras e desculpas esfarrapadas. E como eu não sou exceção, carrego uma cruz dessas em minha vidinha. Por sorte, essas pragas são como um vírus incubado. Se manifestam de vez em quando para depois amargarem um longo período de inércia. Enfim...são uma praga cíclica. E para meu infortúnio, a minha praguinha reapareceu dia desses. E em grande estilo!!

Foi uma manifestação telefônica, menos grave do que uma visitinha surpresa, mas ainda muito desagradável. Principalmente quando acontece às 11h da noite de uma sexta-feira em que você não está pra noitadas e já está, inclusive, paramentada com aquela roupinha mulambenta que só usa para dormir desacompanhada. E se eu não estava preparada para emoções naquela noite, imaginem para ouvir a seguinte proposta:

-E aí? Tô no bar...! Vem pra cá agora! (assim mesmo, sem dar nem boa boite, com voz de bêbado)
-Não dá, tô dura
-Quem falou em dinheiro?
-Tô com sono
-Nisso 'a gente' dá um jeito (assim mesmo, na terceira pessoa, igual a jogador de futebol)


Eu, já sentindo que as desculpas esfarrapas de sempre não iam colar, mandei logo um incisivo "não rola"! Piorei a situação! Ao invés de demover o indivíduo da idéia, encorajei o figura. Porque só mesmo um cidadão com muita coragem- e cara de pau- para fazer uma proposta dessas pra uma mulher:

-Thati, vamos falar diretamente. Você tá namorando?

Medo! Respirei fundo e respondi:
-Não exatamente...mas estou com meus pensamentos ocupados, se é que me entende...
-Não interessa! (elevando o tom de voz). Quero saber se é oficial, namoro mermo!
-Não, disse eu, pra lá de reticente.


Foi a deixa. Era informação suficiente pra ele fazer a indecorosa proposta:
-Ah! Então pára de frescura e vamô botá isso aí pra jogo!

Acreditem! O gentil rapaz me propôs "botar isso aí pra jogo"!(seja lá o que isso signifique literalmente, mas que só pode ser o que eu e vocês estamos pensando). É a reprodução fiel do que ouvi. Não fiz qualquer adaptação para fazer graça. Tão fofo, né? Depois reclamam que não comem ninguém...

Ah, se não fosse a boa educação que mamy e papy de deram...iria dizer o que ele poderia botar pra jogo...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Momento diário

O Musa não é um diário. Muito menos acho que meus leitores estão interessados na minha rotina, que nada tem de extraordinária. Mas o meu sábado foi tão bom que me deu vontade de falar sobre ele aqui. Perdoem, leitores.

O fato é que soube logo pela manhã que um amigo dos tempos da Uff e do jornal O Fluminense, com o qual eu não tenho muito contato, mas que é muito querido, havia sido demitido do jornal em que trabalhava. Fiquei triste, principalmente porque esse amigo fazia aniversário justamente naquele dia. E uma demissão não é um presente dos mais desejáveis...

À noite, porém, acabei tendo uma maravilhosa surpresa. Meu amigo estava muito bem, apesar do chatíssimo episódio. E decidiu comemorar o aniversário no Trapiche Gamboa, um lugar que eu amo! (Pra quem não leu, o Trapiche já foi tema de um post aqui no Musa)

Mas infelizmente, cheguei lá e me deparei com uma plaquinha desagradável indicando "lotação esgoatada" e uma pequena multidão na porta, ainda mais desagradável, usando toda a sorte de argumentos para penetrar (sem trocadilhos, por favor) na festa.

Por sorte, estava bem acompanhada. E como não sou de ficar insistindo par entrar em festa lotada e muito menos de encarar fila que não seja de banco, fomos tomar uma cerveja no pé sujo da esquina, porque a noite estava linda e não sou de perder a viagem. E nem a minha maravilhosa companhia! Eis que por volta da segunda ou terceira cerva, surgem o meu amigo aniversariante e sua digníssima. E pra minha alegria completa, acompanhado de outros dois grandes amigos (também da época de O Flu e também sumidos) e de suas respectivas (na verdade, a respectiva de um deles era a respectiva daquela noite, mas isso não vem ao caso). Ele havia aberto mão do lugar pra fazer companhia aos convidados que ficaram de fora. Que fofo!

E fomos procurar um lugarzinho com roda de samba e cerveja gelada que não tivesse fila na porta, lista de convidados, sambistas de modinha e outras chatices, infelizmente, cada vez mais freqüentes na noite carioca. E põe freqüentes nisso! Rodamos a Lapa toda, passamos por vários bares e estavam TODOS lotados, com filas na porta e repletos de sambistas de modinha. Decepção total! Maior ainda pra mim e para um outro amigo que também mora do outro lado da baía e que, assim como eu, atravessa a ponte nas noites de sábado para fugir dos playsons da província de Araribóia.

Mas como aquele sábado tinha que ter um happy end, um rapaz antenado do grupo sugeriu um lugarzinho maravilhoso. Um verdadeiro achado!! Música boa, cerveja melhor ainda, comidinhas e o melhor...mesas desocupadas, como se estivessem à nossa espera. E lá ficamos...matando as saudades, relembrando os velhos tempos e, é claro, falando muito mal de antigos desafetos ou de quem simplesmente merecia ser alvo dos nossos implacáveis comentários. A vida é mesmo boa às vezes...

domingo, 29 de abril de 2007

Deu no Globo:



O coleguinha repórter, com todo respeito, deveria se "escrever" num daqueles cursinhos intensivos de gramática oferecidos pelo Globo! Essa aí foi de doer...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Sabãozinho

Faixa que eu vi hoje na subida da Rocinha:

Noite do Sabãozinho
500 reais para a gata de branco mais ousada que entrar na banheira e pegar o sabãozinho


500 pratas pra pegar um sabão numa banheira sob a única penitência de sair com a roupa transparente? Mamy às vezes tem razão! Estudar nem sempre é bom negócio. Ser "ousada" pode ser mais lucrativo...

domingo, 22 de abril de 2007

O pedante do msn


Está virando lugar comum aqui no Musa contar as bizarrices dos meus amiguinhos virtuais. Mas não poderia deixar de compartilhar com vocês o caso a seguir. O amiguinho em questão não escreve me miguxês e tampouco tem amiguinhos emos. Mas talvez seja pior que os outros porque peca pelo excesso. É metido a intectual, e do pior tipo. O sujeito usa vocabulário empolado para falar banalidades. Abusa de teorias tiradas de orelha de livro ou ouvidas no diretório acadêmico da faculdade. Enfim...um mala!

E como eu tenho magnetismo para atraí-los, o cidadão me achou. Em uma comunidade de um bloco carnavalesco com exatos 600 membros, dos quais no mínimo 200 são do sexo feminino. E o amigo de vocabulário empolado foi escolher justamente a mim para puxar conversa. Tantas meninas infinitamente mais bonitas do que eu na comunidade. E o sujeito escolhe a mim. Tô com moral? Certamente não. Cada vez mais me convenço de que há algo errado no meu orkut.

Bem...vamos a história. Depois de me adicionar e deixar um scrap elogioso, o rapaz puxou assunto no msn (tô pensando seriamente em tirar o endereço do meu perfil). Até aí tudo bem, até gosto de conhecer gente nova. Porém...não imaginei o encosto que estava atraindo quando resolvi ser simpática com o dito cujo. Seguem trechos da conversa para que vocês tenham real noção do meu drama:

X says:
oi!
Thatiana says:
oi
Thatiana says:
desculpe a demora
Thatiana says:
to meio enrolada
X says:
ainda trabalhando?
Thatiana says:
só saio meia noite. E hoje, devo sair mais tarde
X says:
não sei se perguntei, mas você trabalha com o quê?
X says:
é "escrava"?
Thatiana says:
sou jornalista, quase a mesma coisa


Nesse momento, já comecei a sentir cheiro de pela-saquice no ar. Vejam o que o nosso amigo 'X' comentou quando soube qual é a minha profissão:

X says:
eu estou sendo o jornalista agora. sempre acabo sendo uma mistureba de jornalista com psicologo...não se assuste se sentir no divã


"Ui", pensei. Não se assuste se sentir no divã foi de doer. Mas de repente, o pobre se redime. E dei continuidade à conversa...ele perguntou onde eu trabalhava e eu caí na besteira de dizer que era redatora do site do Big Brother. Puta quil pariu! Saber que eu trabalhava de alguma forma para o "sistema globo" foi a deixa pro cidadão despejar todas as teorias sobre "manipulação da grande mídia", "alienação cultural" e outras baboseiras chatééésimas de estudante engajado que ainda mora com os pais e não tem contas a pagar. E se ainda fossem bem fundamentadas, vá lá. Seriam só chatas. Mas o pior é que o amigo "X" falava uma merda atrás da outra. Não sabia se ria ou se chorava. Mais alguns trechinhos do edificante papo, para que vejam com seus próprios olhos:

Thatiana says:
trabalho temporariamente na globo.com. Mais precisamente, no site do big brother
X says:
hum.
X says:
poxa, já sei que não vamos ter assunto. eu não assisto...
X says:
e pra ser sinceramente hipócrita, não vou manifestar minha opinião...


Que diabos vem ele quis dizer com "sinceramente hipócrita"?????? Bem, continuemos:

X says:
a ideologia para a globo é tranquila e boa (????????????????)
historicamente vem do grande irmão de 1984 que precisava manipular a massa e talz...
(?????????????????????)
há. a ideologia que cultiva assistir tv todos os dias em determinado horário para ter o que conversar com outras pessoas no dia seguinte. há ideologia em assistir tv pra ser mais cultural (???????????????????????)


Meu Deus...o que deveria eu dizer depois dessa sequência?

Thatiana says:
nossa, que profundo! hahahahahaha


E ele, achando que tinha recebido um elogio, continuou:

X says:
po,né nem metade do que penso sobre à tv. (assim mesmo, com crase)
X says:
de qualquer forma vou pleitear um emprego pra você na tve


Fudeu! Tava demorando. É daqueles que acham a TVE uma ilha de cultura cercada por futilidade de todos os lados. E emendou um discurso sobre cultura e manipulação que faria tremer o Afonso, um professor que tive na faculdade:

X says:
po, eu digo manipulação de massa porque a gente entra no mérito de que a tv é um meio de comunicação.
X says:
pense que em uma escala de valores, a sua maior função é a globalização da informação. e dentro desse tema, acaba entrando a cultura.
X says:
entendo por cultura a capacidade do ser humano se tornar mais humano e agir com sua história dentro da sua sociedade. dai a cultura não é algo fácil de entender, muito menos de divulgar.(??????????????) o que a tv brasileira faz com as pessoas é divulgar a cultura facilitada.


Caraio!!!! Se superou!! Mas acalmem-se! Ainda tem mais. Depois de eu tentar dizer pra ele, de forma bem sutil, que não é bem assim que a banda toca e que eu trabalharia até na Revista Ana Maria se me oferecessem um bom salário, ele me vem com as seguintes pérolas:

X says:
de qualquer sorte (??????), não ataquei você e sim a cultura brasileira.
de certa forma a do sudeste. haja vista que o norte nordeste tem cultura brasileira e o sul do brasil é uma neocolônia européia (ui!! certamente tirada de orelha de livro)


Nese momento, eu já tinha perdido toda a esperança de redenção do rapaz. Depois desse "haja vista", conclui que estava diante de uma versão real do Boça do Hermes e Renato. E continuou:

X says:
e estupefata fique, tem milhares de pessoas que moram no nordeste, principalmente em recife que são doidas para ir na lapa.
Thatiana says:
nao concordo que so tem cultura brasileira no nordeste
X says:
mas no nordeste há uma preservação maior da cultural regional do que o sudeste. por outro lado, revendo algumas idéias, eu posso estar falando isso porque não vivo a cultura de lá, e por ser uma utopia cultural ou fato novo(o que é novo atrai sempre) eu não valorizar tanto a nossa.
X says:
mas certo é que há maior tradição lá do que a cá.. e que a nossa cultura, a tal boêmia praeira é um pouco banal.


Parei!!!!! "Boemia praieira" ultrapassou todos os limites do que posso suportar de pela-saquice!! Mas ele queria mais!!! E ainda teve tempo de concluir:

X says:
a amizade celebra a morte da discórdia...pelo menos comigo, às vezes tenho pouco tempo com meus amigos, e nesse momento quero falar besteira e comemorar a cultura carioca de ser.


"Cultura carioca de ser??? Será uma variante da "boemia praieira"??? De uma vez por todas: HÁ ALGO ERRADO NO MEU ORKUT!!!!

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Mais um amiguinho do orkut



Depois do Vitor Prostituto de Carteira 'Acinada' solicitar ser meu amigo no orkut, achei que nada mais me surpreenderia naquele curioso espaço virtual. Me enganei! Não é que dia desses me aparece uma figura ainda mais tosca que o nosso amigo profissional do sexo?

Apresento a vocês, o interessantíssimo "Gutu Carioca". Quem é ele? Assim define em sua auto descrição:

Eu souUu um cara superrrrr legalll adoro fazer amizadeee e soh add c me deixa scraps!!!ta ligado0o!!!

Acham que é pouco? Dêem uma olhadinha no álbum dele. Como diria meu amigo Edu, "uma temeridade". Ao lado de uma foto do Cristo Redentor- inexplicavelmente legendada com uma onomatopéia de riso- a foto de uma menina Emo e outra de um rapaz parafinado apoiado numa prancha com as seguintes legendas, respectivamente:
ex namoradaaaaaaaaaaaaaaaa
euuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu


Logo abaixo, uma foto do David Bowie ao lado de uma mulher que não consegui identificar. E a seguinte legenda: mãe e mano0o adoro v6!

Ainda há espaço para a foto de uma menina de seios fartos, apresentada por ele como "miga", outra de um grupinho de adolescentes legendada com um "noiteh pefeitonaaaaaaaaaaaaaa" e ainda uma foto do mar, assim apresentado por Gutu:
"amo td issoooo phrraaaaaaaaaaaaaaaaaaaa"

Tão duvidando? Vejam com seus próprios olhos:

Álbum de Gutu Carioca

Definitivamente...deve haver algo errado no meu orkut!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Meu novo amiguinho

Eis que entro no meu orkut para conferir se um recadinho que esperava ansiosamente havia chegado, quando me deparo com a seguinte mensagem:

pow linda m add ai vlw eu ti garanto que eu naõ sou aquele muleke que fica dano essima so quero fazer uma mizade boa vlw fui q fui

O autor, um cidadão chamado Vitor que incorporou o sobrenome Prostituto de carteira 'acinada' e tudo e que, portanto, assinava como Vitor Prostituto.

Ao entrar no perfil do sujeito- cujo avatar é a foto de um bebê fumando maconha- me deparo com uma lista de amigos na qual constam pessoas como a "Srta Sapequinha", a "Novinha 214 só pego os de 14" e o "Erick os 'escreps' são apagados".

Tem ainda a "Stilo Atrevida", a Agata 52 muito carente", a "Futuro Prometido", A "Anjinha de Guadalupe", a "Rafinha Fervorosa", a "Carol Perversa", o "Junior Pica Gatinha", que deve ser primo do "Muleke Piranha (eu sou pica na caneta)", e o Gilberto Prostituto, que deve ser primo do próprio Vitor, o que quis me adicionar.

Vitor Prostituto de carteira 'acinada' e tudo, por algum motivo, achou que eu poderia configurar tão nobre lista de amigos. Definitivamente...Algo precisa ser modificado no meu perfil!

sábado, 31 de março de 2007

Os fantásticos condutores

Ficamos confinados por 3 meses e ninguém ganhou R$1 milhão! Equipe que fez o site mais espiado do Brasil.


Pois é...minha temporada no Projaquistão está perto do fim. Na terça-feira, depois que o Alemão ganhar R$ 1 milhão*, eu serei mais um número nas estatísticas dos jornalistas desempregados. E na lista de coisas das quais vou sentir falta (além do meu salário e do poderoso Soséx ho Refeição) estão os fantásticos motoristas que nos conduziam ao longínquo bairro de Curicica e de volta pra casa. Isso quando eles sabiam o caminho, o que era raríssimo!

Como esquecer do seu Manoel. Bastava aparecermos nas roletas da portaria 3 e vinha ele, com seu sorrisinho maroto, antes mesmo de gritarmos o habitual "seu Manel da padaria!" Discreto como aquela sua vizinha que não sai da janela, Seu Manel não deixava nada escapar. Nossas conversinhas no Dobló, até as mais inocentes, eram devidamente filtradas por seus ouvidos atentos e, é claro, posteriormente reproduzidas por sua língua implacável. Principalmente para o grupo que não participara da conversinha relatada.

Nunca esqueço de um dia em que voltávamos pra casa com Seu Manoel, somente eu e a querida ex-editora Ju no Dobló. No percurso, via Linha Amarela, nosso querido condutor aproveitou que a platéia era reduzida e soltou o verbo. "Fulaninha dá mole pra sincraninho, dá não?" perguntava, respondendo ele mesmo, sem dar espaço para contestações. "Dá sim que eu sei." E assim foi, especulando os possíveis romances entre nossos colegas da equipe. Até que, virando-se pra mim com o peculiar sorrisonho amalandrado (perdoem o neologismo), perguntou:

-E você? Já decidiu se quer o Fábio ou o Genílson? 'Qui' você tava dando mole pros dois 'qui' eu sei!!

Enfim...gastei longos minutos tentando convencer o seu Manoel de que o Fábio é um amigo e o Genílson é outro amigo- que além de tudo tem idade pra ser meu sobrinho- mas saí do Dobló com uma certeza: toda a equipe do site ouviu a história do meu suposto assédio aos dois coleguinhas...

E seu Manel tanto falou, coitado, que acabou demitido. E no lugar dele veio o figuríssima Alexandre. Gente fina (até topou estender o percurso para nos trazer, Fábio e eu, em Nikit), mas tinha um grave defeito. Aliás, dois. Um carro que cheirava a gasolina e tinha um banco traseiro no qual não cabia nem uma criança de 3 anos de idade e uma língua maior do que a do seu Manel. Mas, ao contrário do antecessor, ele não fazia fofocas. Apenas falava muito! Mas muito mesmo! Ininterruptamente! O que inviabilizava qualquer tentativa de cochilo nas viagens de volta do projaquistão.

Nunca esqueço de um domingo em que voltava de um plantão (para o qual tinha chegado às 8h da manhã). Fazia um calor anti-higiêncio e a insuportável Barra da Tijuca estava toda engarrafada, com o povo voltando da praia. Meus olhos fechavam involuntariamente, mas não deu pra rolar a soneca. Quando começava a dormir, ouvia de longe a voz (alta, por sinal) do nosso amigo condutor, que inistia em contar- com riqueza de detalhes- a história de um amigo dele que tinha uma plantação de maconha em Maricá. Mas o episódio insuperável foi o do motorista substituto do Alexandre. Confiram a seguir...

*Antes que me perguntem: não é armação, não sei o resultado, é só um palpite
Chamava-se Edson o substituto do Alexandre. Foi cobrir o turno do nosso condutor falante em um plantão, já que o mesmo encontrava-se cansado e, malandramente, pagou ao amigo para dirigir em seu lugar. Até aí, tudo bem. O que não imáginávamos é que o nosso amigo Edson, além de não saber andar na cidade, conseguia a proeza de falar mais do que o condutor que substituía. Sim! Ele falava muito mais do que o Alexandre.

E não eram meras histórias de amigos cultivadores de maconha em Maricá. O sujeito falava da sua própria vida. Tudo. Biografia completa. No primeiro dia em que me levou, soube em menos de 20 minutos que ele morou na Vila da Penha com a mãe, mas que agora morava sozinho, que não sabia fazer tarefas domésticas porque teve duas empregadas na infância, que a segunda mulher o havia deixado (imagino porquê) e que seu sonho era morar em Vargem Grande, onde 'macaquinhos invadem os quintais'. Não foi privilégio meu ouvir os relatos. Os outros dois amigos que chegaram depois de mim também foram contemplados com a biografia do condutor no trajeto para o projaquistão.

Bem...e se na ida o sujeito já se sentiu íntimo a ponto de me contar a vida em detalhes, imaginem na volta? Por medida de segurança, saquei meu Ipod genérico da bolsa e fingi que estava dormindo, pra ver se o figura se calava. E deu certo! Quer dizer, quase...

Quando chegávamos ao destino final, desliguei o ipod genérico e 'acordei', para mostrar a ele onde iria ficar. Dois minutos. Tempo suficiente pra ele puxar a seguinte conversa:

-Você é vegetariana?
-Não, por que seria? Tenho cara de quem é vegetariana?
-Não. Tô perguntando pelo seguinte: eu adoro um churrasquinho. Não vivo sem uma picanha. E em outubro é meu aniversário, sabe. Parece longe, mas o ano voa, né? Então...tô pensando em fazer um churrasquinho. Regado, hein?! Não gosto de mixaria. Coisa de 1 quilo de carne por pessoa. Pra agradar a gregos e troianos. E ó, não tem essa de asinha de frango não. Faço logo a coxinha que tem mais carne!


Meus Deus! Estaria o motorista (que nunca havia me visto mais gorda) me convidando pro aniversário dele? Mas o que já era ruim ficou ainda pior. Quando me preparava pra descer do carro, ele pergunta:

-Mora aqui em Botafogo?
-Não, Niterói
-E vai pra casa como depois?
-Pego o 996, passa na minha rua
-996? Ah, bom saber! Quando tiver uma festinha lá em Niterói e "a gente for convidado", já sei que ônibus pegar!


Era fato! Ele não só me convidara para o aniversário dele (em outubro) como se auto-convidara para uma futura festinha na minha casa. Devo merecer...

quarta-feira, 28 de março de 2007

'Glamourosa do Expresso'

Aqui no Rio, há dois jornais chamados Expresso e Meia Hora, tablóides vendidos a R$0,50 que usam uma linguagem bem povão e, é óbvio, vendem mais que chuchu na feira. Sou fã! Os títulos são simplesmente hilários. Coleciono e tudo. Dentre algumas pérolas já publicadas, compartilho algumas com vocês, caros 10 leitores:


"Ensinou mais do que devia"(Meia hora)
-Título de matéria sobre uma professora acusada de abusar sexualmente do aluno

"Morte servida de bandeja"(Meia Hora)
-Matéria sobre o assassinato de um garçom

Mas a manchete insuperável é a que foi publicada no dia seguinte à derrota da seleção brasileira na Copa. Do Expresso:
"Brasil pede pra Kaká e sai"

Sensacional!!!!!
Mas não são só os títulos bizarros que me fazem ser leitora assídua do Expresso. Passo mal de rir com uma coluna sensacional chamada 'Glamourousa do Expresso', na qual o jornal apresenta moçoilas, digamos, um tanto voluptosas vestidas em trajes mínimos. E a de ontem foi uma das melhores dos últimos tempos.

A 'modelo' do dia era uma senhorita (na verdade, tinha mais cara de 'senhora') que, certamente, tem todos os atributos para roubar meu posto de musa de caminhoneiro. De biquini vermelho, a referida aparecia de costas, e rostinho (precisavam ver o rostinho) virado para o leitor. O velho truque do dedinho na boca dava um toque de sensualidade. E para fechar o pacote, a sensacional legenda:

"Professora de educação física, Verônica decidiu retomar a carreira de modelo-interrompida por causa dos estudos- e esclheu a sessão "Glamourosa do Expresso" para recomeçar com chave de ouro. Moradora de Paquetá, que ela considera 'um paraíso no Rio de Janeiro', a gata também é uma ilha: cercada de fartura por todos os lados."

Decididamente..."fartura" é o melhor eufemismo que já vi para culote. Vou adotar!

terça-feira, 20 de março de 2007

Fico impressionada com a, digamos, falta de noção de alguns coleguinhas jornalistas. Compartilho com vocês, uma pergunta feita por um nobre colega durante a entrevista coletiva com a Fani do BBB:

-E aí, Fani? O encontro com o vibrador está certo, né?

Acreditem, foi exatamente com essas palavras! Se eu não estivesse lá, também acharia que trata-se de uma piada...

domingo, 18 de março de 2007

Minha mãe quer que eu case

Parece nome de comédia romântica, né? Mas infelizmente, trata-se apenas da nova missão de mamy. Ela quer, desesperadamente, me arranjar um marido. Não importa que eu diga todos os dias, incessantemente, que descolar um cônjuge não é objetivo prioritário na minha vida nesse momento. Nem que muitas das minhas amigas casadas são entediadas e loucas para viverem aventuras de solteira. Nenhum argumento tira da cabeça deturpada de mamy a seguinte teoria: assim como Jesus, só um marido salva.

Acompanhem só o meu drama...
Dia desses, fui acordada de forma nada delicada por mamy, com uma pilha de correspondências nas mãos.

-Olha isso! Tudo conta! Tudo no seu nome! Você não pára de gastar!! Vai ficar no fundo do poço!!, berrava ela nos meus pobres ouvidos.

E a ladainha sobre meu descontrole orçamentário continuou, até eu expulsá-la do quarto, também de maneira nada delicada. Quando finalmente acordo (por conta própria), encontro mamy sentada no sofá. Com cara de muito tensa, fumando um cigarro, ela começa mais uma das sua divagações trágicas sobre o futuro:

-Eu não vou durar muito. Só fico pensando o que vai ser de você com uma criança, sozinha na vida. Você não sabe administrar sua vida, é lerda!

Não bastassem o elogios lisongeiros, ela ainda me vem com (o que acredita ser) a solução para os meus problemas:

-Precisa encontrar um marido! Um homem pra cuidar de você. E não venha com esse papo de mulher moderna, que não precisa de homem. Não precisa é o cacete! Isso é discurso das suas amigas solteironas mal-amadas!

E completou o raciocínio medieval:

-E não me venha com essa que não gosta de ninguém pra casar. Não precisa gostar, é só casar que acostuma. E aproveita enquanto você ainda não fez 30. Daqui a dois anos, já vai estar passada pra arrumar um bom marido. Aí, vai ter que pegar o que aparecer se não quiser morrer solteirona! Será que eu vou morrer sem ter casado minha única filha??

Pelamordedeus. Mamy foi hippie. Fumava quilos de maconha. Fugia de casa para acampar em Cabo Frio. Não casou com meu pai na igreja porque achava careta. Tem duas tatuagens! Mas ainda acha que mulher que a melhor profissão do mundo para uma mulher é ser esposa! Ô, pessoa contraditória...

Show de reggae? Era só o que me faltava...

Na tentiva incansável de me arranjar uma marido, mamy passou a usar a tática da apelação. Percebendo que eu não estou, digamos, tão empenhada quanto ela na tarefa, decidiu procurar, ela mesma, o pretendente. Ontem, durante aquele papinho típico de almoço de sábado, ela me veio com uma de suas brilhantes idéias:

-Estava pensando(já me deu medo)... Você conhece o Luiz, amigo do seu irmão? Rapaz trabalhador, responsável, faz aquele negócio, "ênibiei" (pronúncia dela)...partidão, né não? Família boa...


Para não comprometer a paz do meu almoço em um dos meus raros dias de folga, preferi desconversar:
-Não conheço ele direito, mãe. Me passa o gelo aí!

Não adiantou. Mamy engrenou uma ladainha para promover o tal rapaz. Como sempre, com seu jeito meigo e sutil de se expressar:

-Não conhece porque você não presta atenção em nada. Dá bobeira! O menino vive aqui em casa, é bonitinho. Você é desligada! Por isso que tá aí, encalhada. Vai botar defeito nesse também? Vai dizer que o menino é burro só porque é amigo do seu irmão? Fica aí cheia de exigências e quando escolhe, é só porcaria!!


Definitivamente, a paz do meu almoço já estava comprometida. Mas eu ainda não imaginava o que estava por vir...

O fato é que à noitinha, o meu "pretendente" ligou para o meu irmão oferecendo convites para um show do Natiruts (urgh), mas exigindo uma contrapartida: meu irmão, que tem namorada, levaria uma moçoila para fazer companhia a ele no show. Meu irmão propôs então uma prima da namorada, moça solteira e, digamos assim, disponível. Foi quando ouvi, daqui do meu quartinho, mamy dando um berro lá na sala:

-Por que não chama a sua irmã?

E não é que ele decidiu acatar a idéia? E veio me chamar:

-Bora pro showzinho do Natiruts na Fundição?

Essa minha família, como já disse aqui, é mesmo fantástica. Os dois sabem que eu odeio Natiruts! Aliás, odeio bandinhas de reggae!! E odeio mais ainda freqüentadores de shows de reggae na Fundição Progresso!!! Como ainda conseguem cogitar a possibilidade de eu despencar de casa pra ir prum troço desses???

Diante da minha negativa, meu irmão, também com o jeito sutil e delicado que é peculiar à família, decreta:

-Você vai sim. Só não vai se eu conseguir arranjar outra pessoa pra levar. Não vou deixar o cara na mão. Vai que ele desiste de me dar os ingressos?!

E ligou pro cara dizendo que eu ia. Era fim dos tempos! Minha mãe querendo me aranjar deseperadamente um marido. E meu irmão, querendo de agenciar em troca de ingressos para um show de reggae!!

Por fim, consegui me livrar do "programão". Meu irmão levou a cunhada. Já da ladainha de mamy...

segunda-feira, 12 de março de 2007

A 'enófila'

Adoro cordões coloridos. Pra uma jornalista sem recursos para investir em roupas como eu, os cordões são uma maravilha. Posso até repetir a blusinha básica: basta variar o cordão e ninguém percebe. Enfim...não é sobre meu gosto pelo acessório que quero falar. Mas sobre uma cena que presenciei enquanto escolhia um deles.

Estava eu em um daqueles ateliês meio alternativos de Botafogo olhando uns cordões. Tudo no lugar é caríssimo- apesar do rótulo de "alternativo"- mas...fazer o quê? Eu gosto dos cordões de lá e de vez em quando tenho sorte de achar umas promoções inacreditáveis. Enfim...experimentava um cordãozinho charmosíssimo quando uma cidadã me cutuca: "Eu tenho um desses, mas me dá alergia no pescoço." E completa: "É que tô acostumada a só usar peças de ouro branco, ainda não me habituei à bijouterias."

Fiquei um tanto irritada e com vontade de mandá-la à merda, mas deixei pra lá, afinal, não seria uma surtada incoveniente que me faria perder o controle e estragar a alegria de um momento tão prazeroso para uma mulher: o de uma comprinha básica. Até porque, achei que ela iria logo embora, já que uma pessoa vestida com roupa de ginástica, argolas douradas e sandália plataforma não iria encontrar nada que a agradasse numa loja tão bacaninha.

Mas a sujeita lá ficou. E, enaquanto experimentava praticamente todo o estoque da loja, alugava os ouvidos da pobre vendedora:

-Difícil encontrar uma loja de nível no Rio de Janeiro. Eu não gosto do estilo de se vestir das mulheres daqui. Quando preciso de uma roupa de festa, tenho que pegar a ponte aérea, esnobou a cidadã, do alto de sua sandália plataforma (com cara daquelas compradas na Di Santinni), combinandíssima com a calça de ginática.

E continuou a ladainha:

-A noite dessa cidade também está cada vez mais pobre. Nem se compara a São Paulo. Não tem um restaurante de nível. Eu e meu marido, quando queremos ir a um bom restaurante, apelamos para a ponte aérea.

Então a vendedora, que até então se limitava a me olhar e soltar um daqueles sorrisinhos que não deixam os dentes à mostra, resolveu se manifestar:

-Eu prefiro o Rio, não faço questão de ir à restaurante chique. Prefiro sentar num barzinho e tomar uma cerveja com os amigos depois da praia

Foi então que a tão refinada sujeita, em mais uma tentativa de esnobar a vendedora ( e a mim), me manda a seguinte pérola:

-Ah, querida. Esse é o problema! Eu odeio cerveja. Gosto mesmo é de um bom vinho. Sabe como é, sou uma "enófila"

Enófila? É...imagino o quanto tenha sido difícil para vendedora manter o risinho que não deixa os lábios à mostra depois dessa.

E adivinhem o que ela disse depois de experimentar todo o estoque da loja? "Aceitam cartão? Não? Ih, querida. Esqueci o talão de cheques. Vou em casa buscar e já volto". Detalhe: na porta da loja, havia uma placa enorme, onde estava escrito, em letras também enormes: "Não aceitamos cartões de crédito." O que nos levou (a mim e a vendedora) a crer que a enófila- além de falar errado, ser brega, e ter nariz empinado- era analfabeta ou queria tirar onda, mesmo sem ter um puto no bolso para comprar sequer o meu cordãozinho.

Nesse momento, senti orgulho de dominar a arte de manter o bom senso, mesmo à beira de declarar concordata.

sábado, 10 de março de 2007

Limpando o popô

Gente, antes de contar essa história, preciso que saibam de uma coisa: juro que não tenho preconceito contra gays. Juro! Pelo contrário, tenho amigos gays muito amados. Portanto, não considerem o episódio que vou descrever como uma manifestação homofóbica. A cena que presenciei- e que relatarei para vocês- é bizarra porque...é! Fato. Seria bizarra se fosse protagonizada por uma casal de heteros. Mas, por acaso, rolou entre um casal gay. Bem...

Estava eu no sábado passado com meu amigo Thales na praia, bem ali no Posto 8, em Ipanema. Quem é do Rio, sabe: o Posto 8 é o point oficial da rapaziada alegre. Porém, como eu já havia dito, acho um arraso a rapaziada alegre (apesar de me incomodar o fato de a maioria ser lindíssima e interessantíssima, desfalcando o já escasso time de homens disponíveis nessa cidade). Enfim...estávamos lá, eu e Thales, quando começamos a observar um curioso casal. Um coroa, mó cara de gringo cheio da grana, e um rapazote franzino, com cara daqueles moleques que fazem malabarismo nos sinais.

Mas era um amor sem fim. Era beijo o tempo todo, abraços efusivos...uma coisa linda. Thales até me zoava: "Duvido que alguém já tenha te beijado assim!" De fato...não me lembro mesmo de ter sido contemplada com gestos apaixonados daquela itensidade.

Bem...ocorre que em um determinado momento, com o sol já se pondo, o casal deicide dar um tempo nas beijocas e se arrumar para ir embora. E foi nesse momento que presenciamos, Thales e eu, a inesquecível cena: o gringo, cheio de cuidados com seu menino, resolve limpá-lo para que ele vista a roupa livre da areia.

E começa a bater a toalha no corpitcho do rapaz, que se encontra ajoelhado na canga. Bate daqui, bate dali e...zup! (desculpem a onomatopéia, foi a melhor que achei.) Tira a sunga do rapaz. "Meu Deus, pra quê?" Devem estar perguntando meus 10 leitores. Como assim, gente? Pra limpar o bumbum do amado, é claro. Ou vocês acham que um moço tão cuidadoso iria deixar o love ir embora com o popô assado?

Eu passei mal de rir. E Thales, coitado, ainda não se recuperou do choque.