quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Musa de caminhoneiro

Muita gente tem me perguntado o porquê do nome deste blog e decidi que está na hora de explicar. Quem deduziu que se trata de uma referência a minha pessoa, estava certo. A musa em questão sou eu mesma. E antes que pensem que estou "me achando" por ter me intitulado musa, quero deixar claro que o pseudônimo não é uma auto-exaltação. Ao contrário! Bem, vamos a explicação...

Quem me conhece sabe que incorporei alguns centímetros à minha silhueta de uns tempos pra cá. Fenômeno, aliás, que meu amigo e ex-chefe Ostiano, profético, havia previsto na distante copa de 2002, quando eu era estagiária de esportes de O Fluminense, e modéstia à parte, dona de um ajeitadinho manequim 38. Nessa época, devorava sem medo significativas fatias de pizza e generosos raposões do Riviera (um clássico da redação de O Flu) e não engordava um grama sequer.

Pois Osti (para os íntimos)- que é flamenguista e pegava no meu pé porque era estagiária e tricolor- praguejava:

"Tati gorda! Pensa que vai ser magrinha assim pro resto da vida? Você vai engordar"!

E citava como exemplo uma ex-repórter do jornal que, segundo ele, ostentava uns 150 kg depois de ter sido eleita, nos tempos da máquina de escrever,"a mais gostosa da redação".

Bem...o fato é que, como sempre desconfiei, praga de flamenguista costuma ser forte. Porra, Osti! Não é que as calorias ingeridas no período de sedentarismo da redação começaram a fazer efeito mesmo? Dos tempos de manequim 38, só restaram minhas calças jeans aposentadas no cabide...Hoje não passam da coxa!

É verdade que não me tornei necessariamente uma baleia (ainda) mas fiquei assim, digamos, "bem fornida de carnes". Como a maioria das mulheres brasileiras, não faço o tipo esguia como a aquela exígua modelo da abertura de Belíssima. O que significa que grande parte dos 10 kg adquiridos nos últimos dois anos (sim, foram 10 kg) concentraram-se cruelmente no meu quadril (vulgo culote) e na..."parte traseira" da minha anatomia! Conclusão: virei o tipo que ouve aquelas cantadas de pedreiro, caminhoneiro, entregadores de água...Pérolas do tipo: "Que saúde, hein morena?!" ou ainda: "Que coxão, hein?!" O fato é que meu ibope anda alto junto às classes populares. Em outro jornal onde trabalhei, poderia ter sido eleita a "Miss Garagem", tal era o sucesso que fazia com os motoristas.

Constatei definitivamente esse "dom" num episódio ocorrido recentemente. Era um periodo em que estava quase esférica, com minha auto-estima lá em baixo, me achando roliça e fora de forma. Sempre que saía de casa, ouvia os mais variados tipos de elogio dos peões da obra da Ceg que acontecia na minha esquina. Já havia até me acostumado e atétirava de letra. Até que um dia, um dos peões- um rapaz desprovido dos dentes incisivos, coitado- vira-se sorridente para outro que trabalhava ao lado e diz:

-Alá, fulano. Ela hoje tá cheia de graça!

O que já era um drama, virara então motivo para pensar em suicídio. Me tornara a musa dos peão da Ceg!

5 comentários:

Anônimo disse...

Tati, minha fofa... Aquilo não foi praga, apenas uma constatação do inevitável. Toda mulher "boazuda", quando não se cuida, vira mesmo musa de caminhoneiro... Aliás, quem costumava falar isto era Machadão (Andréia), que sempre que pegava umas graminhas falava: "nossa, hoje passei por uma obra e os caras ficaram mexendo... tô gorda". Liga não. Se for praga, vou fazer a minha parte e retirá-la. Mas você precisa ajudar e parar de consumir toneladas de chocolate, pipoca, pizza e refri. Acho que isto é o que será mais difícil. Beijão

Anônimo disse...

É o melhor título de blog que já vi! :-) Vou virar cliente assídua! Beijinho

Anônimo disse...

Que pedaço de Mal caminho hein Panela... Ah seu eu fosse homem, ou melhor, solteiro! Hahhahhahahhaha

Anônimo disse...

Mulher exagera mesmo, né ... estás um espetáculo, Tati !!! Assinado: Zé Scania.

Anônimo disse...

Honey, a matemática é drástica: praga de flamenguista + várias pizzas + 3 décadas de existência = peso extra. O jeito é fechar a boca e malhar loucamente ou simplesmente encarar a dura realidade e começar a se portar como uma autêntica gostosona (e maneirar na pizza, senão a coisa fica feia). Beijos!