segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Coco-vôlei



O Posto 8, trecho da rapaziada alegre da Praia de Ipanema, é mesmo cenário de cenas curiosas. Depois do episódio da limpeza do popô, presenciei outro igualmente prozaico quando curtia um solzinho em uma tarde pós-festas natalinas.

Estávamos eu e meu amigo (e companheiro de tardes praianas) Roberto tomando uma caipirinha quando um grupo de mineiros - desses que chega ao Rio em navios de cruzeiro para o reveillon- chega às areias. Animadíssimos(as), começam a interagir com outro grupo animado(a) de cariocas, que se bronzeava a poucos metros.

Receptivos, os nativos faziam de um tudo para deixar os turistas à vontade. Explicaram a importância do Baixo Gávea na vida social do carioca e responderam à relevante questão: onde fica o Pontal citado na música de Tim Maia? ("O Leme eu sei que é ali perto de Copacabana", observou um mineiro).

O gesto de maior demonstração de receptividade, porém, ficou por conta de um moço sarado. Esgotado o repertório de dicas culturais e geográficas, ele decidiu propôr aos novos amigos alguns, digamos, esportes praianos. E nada de frescobol e futevôlei! Criativo, o rapaz sacou um elástico - desses que prometem um "corpo perfeito sem muito esforço" em canais de televendas - e começou a demonstração. Com o artefato envolto nas pernas (observe a foto), agachava e levantava sob o olhar atento dos visitantes, que logo aderiram.

Como o elástico, no entanto, era um só, a rapaziada arranjou logo outra brincadeira para animar a praia e, é claro, exibir os trabalhadíssimos bíceps e tríceps: o original coco-vôlei. Após sacar os frutos já esvaziados de água da lixeira, começaram a arremessá-los um para o outro, improvisando uma divertida disputa. Quase aplaudi! Diversão garantida e contribuição para a limpeza da praia, uma vez que os cocos, que poderiam sujar a areia, foram inteligentemente reciclados. Quem sabe vira moda?