sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um fã


Caros leitores, a máxima "há coisas que só acontecem comigo" é repetida à exaustão por todo ser humano, uma vez que tendemos a acreditar que alguns entreveros, por terem natureza tão absurda, não podem ocorrer com frequência na sociedade. O episódio que irei relatar no post é um deles. Ao final da leitura, você aí pode até tentar me convencer de que já foi vítima de algo semelhante, mas afirmo: duvido!


O fato a seguir data da minha já quase longínqua juventude, período no qual eu me embrenhava pela Cidade Maravilhosa em busca de aventuras e tinha muita saúde e pouquíssimo dinheiro, o que me levava a retornar ao lar a bordo de coletivos, vulgo ônibus. (Leia o post 'Se eu perder esse 100' e entenda melhor)

Em um desses retornos no eficiente coletivo 100, (não me lembro exatamente de qual empreitada) flertava com um bem apanhado moçoilo que viajava ao me lado. Desinibida, como costumam ficar as moçoilas embaladas pela bebida destilada de nome vodca, desembestei a exaltar minhas inumeráveis virtudes para o citado caboclo, usando como principal intrumento de marketing este bem-sucedido espaço literário, o Musa de Caminhoneiro.

O que eu não imaginava na ocasião é que estava mirando num alvo e acabaria acertando outro. Quando passei o endereço do meu aclamado blog para o moço bem apanhado, um outro caboclo, que me espreitava à revelia e ouviu todo o diálogo, se aproveitou da informação para me caçar no mundo virtual. Achou o Musa e consequentemente, meu email. Decidido a me seduzir, enviou-me um ousado correio eletrônico intitulado "Um fã", o qual vocês podem ler, ipsis litteris, logo abaixo:


Cara Musa, Meu nome é Joseph, numa destas madrugadas eu tive meu carro roubado e na volta da delegacia onde fiz o BO eu peguei o 100 para retornar a minha casa e para a minha surpresa vc estava neste mesmo onibus, vc estava com um amigo que estava mais pra lá do que pra cá e fiquei te obiservando, voce me chamou a atenção. Eu gostaria muito de te conhecer melhor. Vou falar um pouco de  mim: sou oficial médico, atualmente no corpo de Fusileiros (Marinha), sou apesar da pouca idade (32 anos) sou viuvo.Minha mulher morreu gravida num acidente de carro. Bom isso ja faz 3 anos e 5 meses.Foi uma falidade mais faz parte do nosso ciclo que é nascer, crescer viver e morrer.Bom vamos falar de coisas alegres, sou solteiro, não tenho filhos, sou oficial médico do corpo de fusileiros da Marinha do Brasil

vou tentar me descrever: Branco Calcasiano, 1.85 de altura, cabelos loiros, olhos verdes, estou no melhor de minha forma pois procuro me cuidar muito pois  me amo, não me violento e muito menos me prostituo sou fiel a mim e ao meu coração, não carrego barreiras entre o meu coração e as minhas cordas vocais, quando tenho tempo eu gosto de cinema, teatro, shows, barzinhos, bares com musica ao vivo, viajar, voar de asa delta, pegar onde de prancha ou jet ski, malhar, correr na praia, uma boa leitura, um bom filme no cinema ou um bom dvd em casa, velejar, mergulhar para tirar fotos subimarinas, sair com minha moto no verão apesar de ter carro tb, sair ir com uma turma animada ao entardecer na praia com um violão e fazer uma bagunça, sair para dançar etc... Adoraria ter a oportunidade de te conhecer converçar resumindo conhecer os anceios de seu coração e conhecer mais da mulher,reporter, caráter etc...

Branco caucasiano, não se prostitui, é proprietário de um carro e de uma moto, não tem barreiras entre o coração e as cordas vocais... como pude ter deixado um caboclo desse quilate escapar? E ele tão a fim de conhecer meus 'anceios'...




Um comentário:

Rodrigo Rozendo disse...

"Quando tenho tempo gosto de cinema".

Entendi... quando não tem tempo, ele deixa de gostar de cinema.