Quem tem o privilégio de me conhecer, sabe o quanto sou uma musa boazinha, fofa (em ambos os sentidos) e tolerante. Todavia, quando algo ou alguém consegue a proeza de me tirar do sério, sou pior que o Fernandinho Beira-Mar. Como diz mamy, "dou ataque". Se tivesse tendências homicidas (ou andasse armada), já teria matado gente por aí. E entre as minhas vítimas, certamente estariam as caixas do Texas House, um estabelecimento meio açougue, meio supermercado localizado no meu bairro.
O fato é que as moças, além de incompetentes, são burras (muito burras), lentas e muito, muito mal-educadas. Bom dia, boa tarde e boa noite são expressões inexistentes no vocabulário das mesmas. O que seria até tolerável, se as piranhas não nos atendessem com uma cara emburrada ("cara de cu", como dizia papai) de acabar com o possível bom-humor de qualquer um. Sorriso na cara, só quando olham pros cornos da "cálega" ao lado pra combinar o programinha da noite ou pra falar mal de alguma outra "cálega" que não se encontra presente.
- E aí, katyanny. Vai lá hoje mermo? Duvido! Ruim de Róbso deixá, hein?
- Ruim nada, minha filha. Cansei de dar confiança pra hómi. Já falei pra ele que hoje é dia de sair cas minhas cálega. Ele não foi pro Castelo sozinho cos cálega dele? Então?
E o idiota do cliente, que pegou uma fila da porra pra comprar a carne mais barata do lugar (pobre tem mesmo que se fuder), fica ali plantado, esperando a boa vontade das piranhas em registrem o produto, anunciarem o valor e receberem pela compra. Enfim, fazerem o trabalho para o qual elas são pagas. E que certamente, não é o de ficar de conversa fiada na hora de atender o incauto cliente que, como eu, ajuda a pagar o salário das miseráveis.
E quem acha que eu tô pegando pesado ao me referir às "trabalhadoras" como piranhas, dê uma passadinha no Texas House. De preferência à noite, num horário próximo ao fim do expediente. Aposto meu dedo mindinho esquerdo e uma garrafa de wisque como você passará por situações como a que eu acabei de passar, há poucos dias, com uma delas. Tô eu quietinha em casa, meio irritada, quando mamy me manda ir lá comprar pão pras crianças (sim, crianças. um priminho pentelho estava aqui, o que contribuía mais para a minha irritação). Acabei indo por puro interesse, já que precisava dos serviços de babá de mamy para dar uma saidela naquela noite. Maldita hora! Além de encarar fila pra comprar a porcaria do pão, ainda peguei uma caixa das piores da espécie.
Com a cara coberta por uma maquiagem medonha (deve ser aquela maybelline, que vende na farmácia), a sujeita "atendia" um senhor que estava na minha frente. Além de não olhar na cara do pobre, passava suas mercadorias com a velocidade de uma lesma, enquanto papeava com a cálega à sua esquerda:
- Vou vazar já já. Tô de saco cheio disso aqui já. Inda tenho que dar meu passeio.
E o pobre do senhor? Que culpa tinha se ela estava de "saco cheio"? Que interesse teria no "passeio" da vagabunda? Chega a minha vez. Ela também não olha na minha cara e emenda outro papo apropriadíssimo para o momento:
- Kélen, que horas isso aqui fecha no reveillon? Quero ver a queima de fogos em Copacabana, vou logo avisando. Não passo das 7h aqui!
"Pulta quil pariu!! Estamos em agosto e a filha da mãe já pensa em matar trabalho no último dia do ano!!! Num fode!! Vai ser preguiçosa assim na casa do caraio!!", pensava eu que, a esta altura, já mal me continha de tão irritada!! Mas ainda me continha. Até notar que a cidadã- obviamente por estar com a cabeça no reveillon, no passeio, no macho que tem estômago pra comê-la ou em qualquer outra coisa que não fosse o trabalho- passou o meu pão duas vezes na registradora. E queria me cobrar o preço dobrado.
- Deu R$ 1,80, senhora
- Não. Você passou duas vezes.
- Passei não, senhora. R$ 1,80, por favor.
- PASSOU SIM!! SE PARAR O PAPO COM A SUA AMIGA E OLHAR PRO CAIXA, VAI VER QUE ESTÁ REGISTRADO ALI: QUANTIDADE: 2! DÁ PRA VOCÊ FAZER O SEU TRABALHO DIREITO PORQUE EU ESTOU COM PRESSA??? (aos berros)
Pensam que ela ficou constragida com meu chilique? Não, caros leitores. O meu carma é sempre pesado. E as caixas do Texas House não conhecem limites. Ao invés de pedir desculpas, a desgraçada espera eu pagar e virar as costas pra mandar a seguinte:
- Tá nervosa, hein?
Pensei em voltar. Mandar tomar no cu? Chamar o gerente? Como naquele momento não conseguiria fazer outra coisa que não fosse voar no pescoço dela, fui embora. Mas confesso que estou arrependida até agora!
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
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10 comentários:
É FERA, caixa de supermercado é sempre muito gentil, auhahuauhauha
o pior seria se ela falasse "Tá Nervosa, NEM?"
Beijos.. e sinta-se convidada a rir um pouco em A Culpa É Delas!!
Eu também odeio esse povo proletário que acha que tem o direito de ser lerdo. Na boa, se cobram da gente agilidade, bom humor, inteligência, compromisso, diversificação, atualização... Porque elas também não podem ser assim...
Relaxa. Os microchips já estão próximos de produção massiva. Logo passaremos pelo caixa e sensores detectarão nossas mercadorias e bilhetarão os valores automaticamente. Pagaremos com smartcards e sairemos do mercadinho de merda, sem passar pela Katislaine, nem pela Lindinalva que estarão na Mimosa tentando batalhar algum.
Tathi, podia ser pior...já pensou se ela mandasse: "E aí, tô sem trocado... quer o troco em balinhas?".
servir é uma arte q essas companheiras desconhecem. mas os nomes q vc inventou foram ótimos: katyanny e kelen, nossa.....
Sem sacanagem, Chêro, acho que a gente tá vivendo uma crise de profissionais nesse ramo de atendimento ao público mesmo. Salvo raras exceções, é daí pra pior. Gente sem disposição, sem prazer, sem educação, sem humor...e sem o menor compromisso em atender bem e em ser simpático com o cliente. Estranho fenômeno, não?
Me irriiiiiiita! Muitíssimo!
Nada que uma carta ao dono do mercado não resolva. Experimente.
Bom, não achei link de e-mail. Logo fica aqui o registro: Achei seu blog incrível. Tornei-me fã.
Um abraço.
Gosto muito dos seus posts, mas este foi genial. Me acabei de rir!
abs e parabéns pelo aniversário do Blog
abs, Carlos
Ei! Maybelline nem ta tao ruim. Nao é uma "Helena Frankestein", mas presta. O problema é quem faz uso. Nao teria grife que daria jeito.
Já fui no Texas e sei bem do que vc tá falando...se elas querem ser putas profissionais, tudo bem, mas nao precisam foder com a vida dos fregueses, normalmente atrasados.
Bjss
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