sábado, 25 de outubro de 2008
O 'engraxadinho'
Inferno astral? Pagamento de pecados pregressos com juros de cheque especial? Encosto? O fato é que por razões místicas ou por pura e simples coincidência infeliz, estou numa fase em que tudo dá errado. Problemas no trabalho, problemas com a família fantástica, fracassos impublicáveis na vida sentimental... Enfim, o período atual da minha existência é a síntese perfeita da máxima popular "quando a maré tá ruim, o urubu de cima caga na cabeça do de baixo".
Para espantar o mau agouro, decidi aceitar um convite do meu amigo Caio para um sambinha em Botafogo, estilo "gente bonita e clima de azaração". Achei bacaninha o lugar e até me diverti, sobretudo depois de encontrar-me entorpecida por uma quantidade significativa de Antarctica Original. Saí de lá mais leve, sorridente e até acreditando que, se Deus existe, ele deve estar penalizado com a minha situação.
E a minha euforia otimista chegou ao ápice quando, depois de pegar um ônibus errado (olha o encosto aí!) fui socorrida por um rapaz muito bem apessoado, que se dispôs a me acompanhar até o ponto do coletivo que me traria de volta para a Província de Araribóia. Gentil, o garboso moçoilo ainda me levou para degustar um autêntico podrão em Copacabana, daqueles que salvam qualquer larica de fim de noite. Ainda fez questão de pagar a conta, o fofo!
Tudo muito lindo e colorido, até que algo fez acender o meu alerta vermelho! Numa tentativa de levantar meu combalido astral, o rapaz citou uma frase de Paulo Coelho. E ainda revelou a fonte!! Por que não sugou a famigerada frase e soltou no ar, como se fosse dele? Eu acharia apenas brega, mas ignoraria o fato de que ele lê (e cita) Paulo Coelho. E continuaria acreditando que encontrara uma espécie de príncipe encantado de fim de noite.
No entanto, relevei e continuei minha caminhada pela Atlântica com o mocinho. Afinal, não tinha lá muita coisa a perder àquela altura do campeonato. E depois daquela, ele não teria repertório para fazer com que eu perdesse ainda mais a fé na humanidade e na minha euforia otimista. Ledo engano...
Estávamos nós num clima semi-romântico num ponto de ônibus da Prado Júnior (pra quem não é do Rio, é uma rua de moças de vida fácil, onde mora o travesti do Ronaldinho), quando o bonitinho me dirige a seguinte pergunta:
- Você não me falou do seu pai. Ele é mecânico?
Eu, muito intrigada:
- Não, meu pai morreu há alguns anos, mas não era mecânico, não. Por quê?
Esperava um esboço de constrangimento do rapaz ou um gesto de solidariedade à minha condição de moça orfã, mas... acreditem! Ouvi a seguinte resposta:
- Porque você é uma "graxinha"
Esse superou com ampla vantagem o protagonista do episódio "chaves do coração".
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8 comentários:
Estou sem palavras! E de queixo caído!
ououooouououoou
aaaaaaaaauuuu!!!!!!
caralho! putz! vc deve ter ficado careta na hora, né?!
esse se especializou em mandar mal. musa, sem dúvida essa história entrará para sua antologia.
Não sei o que dizer... CHOCADA!
CARACA!!! Graxinha foi o auge! hahahahahahahahahahaha!
Beijos!
Ahahah! Só vc mesma, Musa! Pode criar a seção "coisa que só acontecem com a musa". Bjs
Pô, o colega defecou com força. Lamentável.
Se pelo menos ele falasse que o teu pai era açougueiro, porque você é um filézinho...
Falando em cantada indecente, ouvi essa na rua e lembrei desse post na hora ! Uma menina muito bonita, de vestido mostarda, passando na rua. De dentro de um boteco, um engravatado vira pra ela e manda :
- Ô, da mostarda, você quer catchup agora?
hahahahhaha!
Hilário!
Tô adorando suas desventuras!!!
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