quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Que decepção, bonitão...


Ele era o menino mais bonito da cidade. Não acho que era o mais bonito do estado, do país, do sistema solar! Nossa, um Deus! E era rico! Tinha jet ski, lancha, um carro cheio de sacanagem...

Eu estava no 1º ano do segundo grau (na minha época, já disse aqui, ainda não era "ensino médio"). Ele acabara de chegar do Rio pra passar um ano em Araruama, cidadezinha provinciana da Região dos Lagos Fluminense onde eu morei durante parte da minha vida. Desnecessário dizer que o galãzinho provocou um furor sem proporções entre as menininhas da cidade. Pra nós, acostumadas a ver sempre as mesmas caras, nos mesmos lugares ( a cidade é tão pequena que, quando calhava de acontecer duas festas no mesmo dia, uma delas ficava as moscas), qualquer novidade masculina era um acontecimento. Imagina então uma novidade daquele quilate? Bem...mas como nada é perfeito, esse cidadão também não podia ser. E eu descobri isso da pior forma possível! Explico...

Era um sujeitinho meio esnobe. As feias, as mais ou menos, as lindas...todas as meninas da cidade se ofereciam explicitamente! Mandavam recadinhos na cara dura, jogavam charme...enfim, algumas, como se diz no linguajar de boteco "abriam as pernas" pro cara! E ele? Nada. Não só não pegava ninguém, como ignorava solenemente a mulherada. Nem um sorrisinho, um oi...nada! Estava sempre com o mesmo grupinho de amigos homens e não se dirigia a nenhum outro ser que não pertencesse a trupe, comportamento que não tardou a provocar comentários maldosos sobre sua masculinidade entre os meninos da cidade.

Ocorre que um membro do tal grupinho de amigos puxa-sacos dele (sim, eram todos baba-ovos incansáveis do bonitão) namorava uma grande amiga minha na época. E foi assim que eu tive o privilégio de conhecer o figura. Fui a uma festa com o casal de amigos e ele estava lá. E falou comigo! Não só falou comigo, como sorriu pra mim!! Se não fosse uma adolescente tão modesta e cheia de complexos, perceberia até que ele deu um molezinho pra mim!! Nossa...será? Todas as bonitonas da cidade querendo o cara e ele de olho em mim?? Mas e o meu cabelo sofrível, o meu diastema dentário, será que ele não reparou??? Não, eu estava vendo coisas...

Tava nada! Deu mole pra mim mesmo! Mandou recado pela minha amiga!! AAAA! Queria que chegasse logo a segunda-feira pra eu contar pra todo mundo na escola. Me sentia fodaça, todos os meus complexos de adolescente haviam desaparecido.

Uma semana de expectativa e chegou o sábado, dia em que havíamos marcado de sair. Fui prum barzinho com a minha amiga e o namorado e ele chegou pouco depois. Não dá pra descrever meu deslumbre quando vi o bonitão descendo do carro e vindo em nossa direção. Eu o via meio em câmera lenta, feito aqueles galãs de filme água com açúcar. Imaginava uma cena romântica, eu e o bonitão, trocando beijos na beira da praia (só beijos mesmo, visto que na época ainda era uma menina pura e intocada) ao som de uma musica do Bom Jovi (sim, já gostei de Bom Jovi, e daí?). Pobre de mim...não imaginava a desilusão que estava por vir...

2 comentários:

Anônimo disse...

HAHAH...EU ACHO QUE SEI QUEM É...HAHAH...E SEI O GRANDE DEFEITO!!!!SÓ VC...AINDA BEM QUE ERA APAIXONADA NA ÉPOCA E NÃO PERDI TEMPO CONSTATANDO HAHAHA...MTO BOA VOU AMAR ESSAS HISTORIAS!!! ESTOU AQUI LEMBRANDO DE TUDO QUE PASSAMOS NA "CIDADEZINHA PROVINCIANA DA REGIÃO DOS LAGOS" . ESTOU ANSIOSA CONCLUA LOGO MESMOOO!!!

Anônimo disse...

Tati, você não vai nos deixar nessa expectativa eternamente não, né? Faça a gentileza de concluir o "babado" como dizem por aí.