domingo, 8 de agosto de 2010

Diário de viagem: bancada por velhos tarados

Nesses últimos dias, me embrenhei num roteiro de descobertas etílicas e gastronômicas desse lugar délicioso (com sotaque). O meu namoradinho nativo (sim, tá rolando um amor) me leva pra cada lugar "da gota" que vocês nem imaginam. (...)

Além da melhor moqueca de polvo que comi na vida, provei uma caipirinha de umbú cajá, a frutinha do "beijo travoso" de Alceu. Aliás, provei não seria o verbo correto. Me empanturrei com nada menos que 10 tacinhas da coisa. Vou ter que importar isso por Sedex, não conseguirei mais viver sem.

As comidinhas das praias também são sensacionais. E aqui tem négodi choque de ordem, não. De caldinhos à ostras, come-se de tudo pagando no máximo 2 real.

Ontem fui a Porto de Galinhas, sempre ciceroneada pelo meu romance nativo. A praia principal é linda, mas eu não curti muito a frequencia. Só tem coroas endinheirados e turistas gordos e branquelos, daqueles que pagam 50 dinheiros por 10 minutos de passeio de jangada. Mas a prainha do lado, Maracaípe, é uma coisa... Surfistas, maconha, silêncio, caipirinha barata e uma barraquinha que faz um caranguejo sensacional.

Quando voltei, aconteceu uma coisa curiosa. Já sem o meu nativo gostoso, fui comer um crepe num restaurante chiquezinho na Boa Viagem. Na hora de pagar a conta, o garçom me disse que já haviam quitado a despesa por mim. E me apontou uma mesa de coroas abastados (pelo papo que levavam, certamente caciques políticos daqui). Um deles me ergueu um copo de uisque pra avisar: "Fui eu". Embora avexada, tive que ir agradecer. Constrangedor! O restaurante inteiro me olhou e certamente viu na minha pessoa uma teúda e manteúda. Mas dos males, o menor. Pelo menos livre-me de um substancioso prejuízo no meu orçamento da viagem.

beijo travoso
Morena Tropicana

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