sexta-feira, 8 de maio de 2009
Minha família fantástica: novo causo
Meus primos cornos: depois do feliz, o agressivo
Não sei se todos sabem da história, mas tenho um primo assumidamente corno (conheça a saga do pobre: parte 1; parte 2). Pois é... quando os parentes já pareciam resignados com a tolerância do meu ente querido à infidelidade da esposa, eis que outra bomba explode no seio familiar: a diginíssima senhora de um outro primo também resolveu, digamos, comer capim em outras pastagens. O já pitoresco fato tem um aspecto que o deixa ainda mais curioso: o galhudo da vez é o irmão mais novo primeiro corno. Ou seja: cornitude, naquele setor da minha família fantástica, é genético. Olhem que idiossincrático fator de união fraternal!
Unidos pelas galhadas, no entanto, os irmãos diferem na postura diante da cornitude. Enquanto meu primo Dudu, o corno mais velho, é notadamente passivo, meu primo Fabiano, o galhudo mais tenro, é do tipo boi brabo. Pobre rapaz... Primeiro, recusou-se a permitir que a esposa abandonasse o lar. "Mato ela", esbravejava para terceiros e em ameaças diretas à moça, que lhe renderam um processo pela Lei Maria da Penha.
E enquanto conseguia, quase literalmente, prender a cônjuge em casa, não dava à pobre um minuto de folga. Fiscalizava o celular, cheirava as roupas em busca de um odor suspeito e, na falta de recursos para pagar um detetive, abandonou o emprego para fazer, ele mesmo, o papel de investigador. Passou a dedicar seus dias à tarefa de seguir a então supostamente infiel senhora. Não há relatos de flagrante, mas ele garante: "Provas eu não tenho. Mas ela me meteu um galho, sim! Todo mundo sabe."
O fato é que pelo Ricardão ou pela conduta psicopata do marido, a moça, enfim, o abandonou. E vendo-se sem emprego, sem mulher e, sobretudo, sem nenhum bom senso, meu pobre primo chifrado e abandonado deu pra passar as tardes aqui, no meu aconchegante lar. O tema das conversas (na verdade, monólogos) é sempre o mesmo: espezinhar "aquela safada" e chorar as pitangas. Frases do tipo "Ela nunca foi uma boa esposa, eu é que sempre cozinhei" ou "Sem mim, ela vai voltar a ter nome sujo no SPC" são recorrentes. Sem contar o dia em que a ex-esposa também apareceu para uma conversa pacífica que acabou se transformando numa troca de xinamentos e tabefes no meu portão. Até hoje cumprimentamos os vizinhos com um sorriso amarelo por conta do episódio.
Na última visita, porém, ouvi o relato mais inacreditável desse folhetim. Eu de férias, querendo ver "Senhora do Destino" e curtir uma gripe que me abatera... e adivinhem quem me aparece? Sim, o onipresente primo divorciado. Fiquei fazendo sala e tecendo comentários sobre as vilanias de Nazareth para que o assunto não descambasse para "a safadona". Eis que mamy, que soubera de um delito por ele cometido dias antes, puxa-lhe a orelha:
- Soube que Fulana (a ex) estava na casa da sua irmã (no mesmo quintal que a dele, família pobre mora assim, sabem como é) e você entrou lá sem ser convidado e deu uns catiripapos na moça. Isso não se faz, meu sobrinho!
Foi então que, de pêlos eriçados e com uma expressão que misturava fúria e altivez, o boi brabo, quer dizer, o meu primo, argumentou:
- Dei e dou de novo. Tinha que defender minha honra de homem naquele quintal!
Então tá, né... Como dizia Bezerra: "Malandro é malandro e mané é mané".
Minha família fantástica: outros (e lamentáveis) episódios
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Ócio nada produtivo
Mamy e meus quilos a mais
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8 comentários:
Já estava sentindo muita falta!
"Sem mim, ela vai voltar a ter nome sujo no SPC". Isso é que é argumento! Ahahah
Ops! esqueci de assinar Marcio Arruda. Bjs, musa!
Sou fã dessa família...rs
Estou sem palavras... vou passar uns 20 dias em retiro espiritual para tentar entender tudo e já volto...
quem tem família assim precisa de novela? Tô rolando de rir, como sempre, mas desejando que o seu primo tome jeito na vida.
quem tem família assim precisa de novela? Tô rolando de rir, como sempre, mas desejando que o seu primo tome jeito na vida.
Você esqueceu de publicar o celular da dadivosa, querida.
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